quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Demo

Veja você o tamanho das encrencas que esses loucos arrumam. O sujeito que deixa seu animal latindo no quintal por horas, dias, semanas e meses seguidos, procurando depois, a pretexto de ensaio de banda musical, perturbar ainda mais o sossego dos vizinhos, tem algo em comum com essa gente flagrada recebendo propina no Distrito Federal: o desprezo pelo próximo, pelos valores que não sejam os próprios.


O bandido que transtorna a paciência da vizinhança pensa antes de tudo em si mesmo, pouco se importando com o bem estar ou a paz de quem está ao lado. O egoísmo é preponderante no maluco bebedor de cerveja, que passa as tardes instigando seu animal a latir e a perturbar a harmonia alheia.

Predomina o princípio do “Dane-se. Os incomodados que se retirem”. Tanto na mente do maluco perturbador da periferia, quando na do calvo mandatário político, a noção de que a formação de um grupo maior, cúmplice, traria imunidade contra as possíveis punições, parece ser idêntica.

A irresponsabilidade herdada dos ascendentes, também devassos, reforçada pelas notícias de impunidade, estimularia gente desse tipo. Por meio dos boatos, falsos testemunhos, eles aliciam muita gente ingênua, formando um grupo totalmente equivocado que procura defender a postura criminosa.

O transtornador seduz parentes, colegas de trabalho da concubina, gente de sindicatos, de casas comerciais e outras entidades civis da cidade com churrascos festivos nos finais de semana, durante os quais dissemina atoardas e falsidades referentes ao antipatizado.

Na busca da formação da opinião pública negativa contra a vítima, tanto o maluco recebedor de propina, quanto o miserável tocador de teclado na periferia da cidade, objetiva negar a existência de qualquer necessidade que não seja a própria.

Então, o doente mental que rouba o dinheiro público não consegue conceber que ele fará falta nas ações que visam suprir as carências da população, enquanto que o doido que martiriza com ruídos, não concebe que o silêncio pode ser imprescindível para as crianças e idosos.

Ora, quem pode assegurar que esses criminosos, tanto os ladravazes dos dinheiros do povo, quanto os atormentadores de periferia, sejam inconscientes da gravidade dos danos que causam? Seria ingenuidade afirmar que os violadores desconheçam a importância dos bens por eles atacados.

A vingança cabe ao Estado que aplicará a reciprocidade. O bandido que subtraiu terá também seus bens subtraídos e o perturbante do sossego público, terá contra si, no devido tempo, o mal que ele gerou.

Os ladrões seguirão roubando e sendo roubados, enquanto que o maluco bebedor periférico prosseguirá pelas veredas do alcoolismo até encontrar pela frente a psicose. É claro que essas insignificâncias, durante o trajeto, não deixarão de projetar, nas suas pobres vítimas as qualidades percebíveis em si mesmo.

O governante que não atentar para a nocividade desses focos infecciosos ou que incentivar a disseminação, com certeza será reconhecido como infrutuoso e desnecessário para o bem comum.


Fernando Zocca.

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