sexta-feira, 30 de abril de 2010

Procurador do Estado de São Paulo é preso em flagrante

O procurador do Estado de São Paulo Antônio Domingos Thiengo, 57 foi preso na quinta-feira (29), por manter ilegalmente em sua chácara, no município paulista de Água Branca e no seu apartamento em Piracicaba (SP), cerca de 16 armas de fogo e munição de diversos calibres.

Segundo a polícia, a prisão foi possível devido a denúncia de um pedreiro que teria sido ameaçado pelo procurador. O denunciante trabalhou numa obra na chácara de Água Branca e não tendo recebido o valor combinado, foi ameaçado por Domingos depois de cobrá-lo.

Recebidos pela mulher do procurador na chácara, os policiais encontraram um fuzil, duas espingardas de pressão, cinco pistolas, três revólveres e muita munição de vários calibres.

A equipe de policiais informados pela mulher, que Antônio Domingos Thiengo estava em Piracicaba, prendeu-o em flagrante transferindo-o depois para a cadeia pública de Água Branca. No apartamento foram encontradas mais duas armas de fogo.



quinta-feira, 29 de abril de 2010

Se segura, malandro!

A gente se acostuma com tudo. Até mesmo com a tinta spray que os psicopatas lançam diariamente dentro da sua casa. Sabe que já estou gostando? Dá um barato legal. Não consigo mais me ver passando um dia sequer, sem aspirar o produto da obsessão desses seres danosos.

Que seja coisa do demônio eu não duvido. O tinhoso resolveu incorporar nos fracassados e quando percebem a janela aberta, escancaram logo as válvulas pelas quais vazam os fluídos do inferno.

O camarada que a comanda é viciado no elemento e acho que procura me fazer ver que o barato, que a coisa provoca, não é tão ruim assim. Mas com psicopata você precisa ter cuidado. Ele pode sair correndo atrás de você com uma faca, ou encher sua cara de tijoladas. E daí? Você vai reclamar pra quem?

Já me disseram pra fazer um churrasco, dar pão, cerveja, cigarro e pinga pros loucos. Mas eu não consigo fazer isso. Tem a tal bunduda, de calcanhares rachados, que passa sempre defronte a minha casa, olhando de soslaio, e procurando ouvir os ruídos. Tudo serve pras fofocas do dia, pro fomento da animosidade.

A miséria do espírito é muito pior do que a pobreza material. De um jeito ou de outro você pode se rodear de bens materiais. Mas pra sair da ignorância eu não conheço outro jeito que não seja o de estudar, adquirir o conhecimento.

Como é que o diabo conseguirá isso se é analfabeto de pai, mãe e enfermeira? Então você fica à mercê dos degenerados. A polícia não pode fazer nada. Os psicopatas não cometem crimes. O Judiciário estaria tão aporrinhado, com tanta coisa pra julgar, que a decisão sobre mais uma bagatela seria inócua.

Matar os psicopatas a pauladas não daria certo. Na cadeia, certamente as noites teriam muito mais tinta do que agora. O que nos resta? Rezar pra que os loucos se emendem e tenham um pouco mais de educação e civilidade? Quem sabe?

Os milagres acontecem. Mas psicopata é psicopata. O sujeito que deixa de puxar carroças e passa a viver de pensão alimentícia, certamente obteve uma ascensão social. Saiu de baixo pra um patamar acima. Mas não aprendeu as regras seguidas no seu novo núcleo. Ele ainda segue com a mente formada no lixo, na sarjeta, no meio das baratas, das moscas, no mau cheiro da bosta e do mijo que o rodeava.

Então o conflito. Como é que você vai ensinar os bons modos dos civilizados aos deficientes ociosos que não precisam trabalhar pra viver? É jogo duro, mano! Você precisa ter um saco enorme, uma paciência de Jó.


E como diria o Dicró:


- Se segura, malandro!



quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os males da vagabundagem

Hoje tem jogo do Corinthians e quando isso acontece fico muito nervosa. A angústia me arrebata de tal forma que preciso transferi-la pra alguém. Para me acalmar eu usava a estratégia de jogar dentro da garagem, do vizinho cachaceiro, um ou dois folders que sempre deixava guardados.

Hoje não foi diferente, o tormento me assolou. Se você não sabe, digo-lhe que eu já não saia de casa por causa dos meus pés rachados e da minha barriga que engrossa cada vez mais.

Entretanto o doutor Wemaguete, que trata minha pressão altíssima, tendo-me aconselhado a andar pelo menos meia hora todos os dias, assegurou que o problema com os calcanhares rachados eu resolveria facilmente se os pusesse numa bacia com água quente, e depois lixasse a pele grossa. Assim a feiúra dos pés não seria impedimento para as andanças matinais. Numa consulta ele me disse:

- Olha dona Marli: se a senhora não se cuidar a coisa fica bem preta pro seu lado. Veja só essa pança. Do jeito que a coisa está indo, daqui a pouco precisará de algo muito mais substancioso do que remédios homeopáticos.

Então acreditando nisso, fiz ontem à noite o que ele mandou e hoje, logo pela manhã, vesti a camisa branca, a bermuda preta e calcei aquele chinelão velho; chamei meu amigo balofo, vizinho de longa data, que também padece com os males da vagabundagem e, iniciamos a caminhada pelas ruas do bairro.

Quando passamos defronte ao palacete de uma jovem que tinha sido catadora de papelão, pudemos observar o carro importado exuberante – azul pavão - que ali permanecia inerte até que as necessidades da sua dona o mobilizasse. Que luxo!

A moçoila tinha cabelos pretos, tez morena, andava sempre de short e camiseta simples pela redondeza. Meu amigo Baleia Júnior, que a cada cinco passos dava com o dedão numa toceira da calçada, contou-me aos sussurros, que a ex-carroceira vestia-se assim, com tanta simplicidade para não atrair a cobiça dos malandros do quarteirão.

Meu camarada garantiu-me que a jovem fizera-se passar por deficiente mental a fim de comover os pais, também catadores de lixo, de que aquele tipo de serviço não era o ideal pra ela. Segundo o Baleia Júnior a menina babava com tanta intensidade e frequência que convenceu mesmo seus pais de poupá-la das agruras da rua.

A mocinha submeteu-se a tratamentos homeoterápicos a fim de que seus males e aquela perpétua unha encravada retrocedessem e foi isso mesmo o que aconteceu. Logo depois ela conheceu um sujeito metido a desenhista que roubara a herança da mãe e dos irmãos. Eles se juntaram e essa era a explicação da existência do reluzente automóvel caríssimo ali naquela garagem.

Então quando cheguei em casa, durante a despedida do Baleia Júnior, algum maroto passou com uma velha perua DKW e depois de um assovio estridente esgoelou:

- Que roubada hein dona Marli? Viu só no rolo que a senhora se meteu?

Eu não poderia explicar o que significava aquilo. Talvez fosse fofoca da vizinhança. Mas o melhor mesmo era deixar isso pra lá. Hoje tem jogo do Corinthians.





terça-feira, 27 de abril de 2010

Carol Dieckmann volta às telas

Os fãs de Carol Dieckmann aguardam ansiosos a estréia da próxima novela das oito. É Passione escrita por Silvio de Abreu e dirigida por Denise Saraceni.

Carolina encarna Diana, uma estudante de jornalismo que está dividida entre Gerson (Marcello Antony) e Mauro Santarém (Rodrigo Lombardi).

Irene Ravache viverá Clô, esposa de Olavo (Francisco Cuoco), uma típica emergente que usa roupas das melhores lojas, sempre num tom a mais do que deveria. Por ser casada com o dono de uma empresa de reciclagem de lixo, muitos a chamam de “Rainha do Lixo” fazendo-a sofrer.

Além de Carol Dieckmann fazem parte do elenco atores e atrizes consagradas como Fernanda Montenegro, Maitê Proença, Mauro Mendonça, Mariana Ximenes, Reynaldo Gianicchini, Irene Ravache e Francisco Cuoco.

Passione estréia no dia 17 de maio de 2010.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O babá Pimenta

Donizete Pimenta era um babá muito complicado. Ele tinha sob seus cuidados quatro crianças, mas quem o conhecia podia garantir ser ele incapaz de cuidar de si próprio. Como ter a certeza de que os infantes tutelados por alguém que confundia “a Leila na Câmara” com “a lei lá na câmara” seriam pessoas normais?

Se a causa dos equívocos fosse a mania de beber, como ocorria com o Van Grogue, pelo menos havia a esperança de que a supressão do elemento danoso, equilibrasse o seu comportamento.

Mas não era bem assim. Donizete tinha alguns parafusos a mais, entornos e contornos menos acentuados, que o diferençavam das demais pessoas do quarteirão. Semelhante a um rádio defeituoso que não se podia desligar, Pimenta com uma dinâmica irrefreável, delirava dia e noite.

Os surtos alucinatórios que o acometiam deixavam sua velha mãe numa situação de dúvida. Como proceder diante daquele estado que já perdurava quase uma década? Afinal seu filho era tomado por maus espíritos, estando portanto obsedado, ou sofria mesmo de uma doença psiquiátrica?

A senhora idosa, um tanto quanto que barriguda e de calcanhares rachados, não podia garantir ser aquele homem, do seu ventre nascido, um exemplo de saúde mental perfeita, mas não admitia a ideia de que convivia com um psicopata agitado.

Para a mamãe do Pimenta a culpa da intranquilidade do fiho era de uma vizinha que o fazia confundir “a Paula traz” com “ a pau lá atrás”. A velha senhora viúva, que “perdera o marido oleiro para a pinga”, desconfiava que não teria tantos momentos felizes, depois que o Donizete decidiu trazer para dentro de casa a fogosa Helena Cristina.

A nora vinha de outro relacionamento e trazia consigo três filhos de pais diferentes. A consciência de que a nova companheira tinha direito a três gordas pensões alimentícias, pagas pelos pais biológicos, foi muito mais preponderante, na decisão do Pimenta de aceitar a mulher, do que propriamente os seus encantos físicos.

Portanto diante de uma situação financeira confortável, Pimenta pôde dispensar o trabalho. E como permanecia dentro de casa sem ter o que fazer, foi incumbido pela mãe e amásia, de entreter as crianças. Donizete era então o babá oficial da família.

Mas como as crianças educadas pelo Pimenta já apresentavam problemas de saúde e comportamentais, tanto sua mãe como a mãe das crianças passaram a confabular, com mais frequência, sobre uma possível deterioração mental do pobre Donizete.

O fato de Pimenta agir com muita agressividade contra os enteados fazia os parentes mais próximos acreditarem que um dia ele mesmo seria espancado com força semelhante ou até maior.

Mas se o Pimenta seria ou não esculachado, do jeito que fazia com quem não podia se defender, era um problema que não cabia a ninguém decidir. A não ser por suas vítimas, é claro.



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Pintor é detido por pichar o Cristo Redentor

O pintor Paulo Souza dos Santos, 28, foi detido ontem (22) após admitir ter pichado a imagem do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Ele foi ouvido durante três horas na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, no bairro São Cristóvão, zona norte da cidade, sendo liberado em seguida.

Na delegacia o pichador esteve acompanhado pelo cantor Waguinho, pelo pastor evangélico Marcos Pereira e pelo advogado Alexandra Magalhães Braga. No seu depoimento que durou três horas, Paulo Souza dos Santos confirmou a participação de Edmar Batista de Carvalho, o Zabo.

Souza dos Santos disse que na noite de quarta-feira (14), ele e Edmar Batista de Carvalho subiram até o Cristo Redentor pelos trilhos do bonde que leva até o monumento, aproveitando os andaimes, instalados em virtude de uma obra de restauração, para alcançar o rosto da estátua de 33 metros de altura. Os dois picharam mensagens como “cadê a engenheira Patrícia?”, “Cadê Priscila Belfort?” e “Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa”, além das assinaturas “Zabo” e “Aids”.

Depois do crime Paulo procurou a igreja evangélica Assembléia do Deus dos Últimos Dias (ADUD) em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde foi aconselhado pelo pastor Marcos Pereira a se entregar às autoridades.

Segundo o advogado, que também pertence à igreja, Edmar Batista de Carvalho entrou em contato com a ADUD, mas não retornou. Espera-se que ele se apresente à polícia no início da semana que vem.

Diante da delegada titular Juliana Emerique de Amorim, o criminoso se disse arrependido, afirmando que sua intenção não era a de profanar ou ultrajar o cristianismo. Depois disso ele teria pedido desculpas ao povo fluminense e à arquidiocese do Rio de Janeiro.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o trabalho de limpeza das pichações deve durar 15 dias.





quinta-feira, 22 de abril de 2010

Prostituição infantil: Ministério Público aciona o Executivo

O Ministério Público exigiu do Poder Executivo Municipal de Campestre que seja criado uma casa de passagem para abrigar menores em situação de risco no município. A exigência tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e foi motivada pela existência um grupo de meninas que estão se prostituindo e drogando em uma casa na cidade.

A denuncia foi realizada pelo Conselho Tutelar ao Ministério Público, que constatou que a menor E.M. C. de 17 anos estava usando sua residência como ponto de consumo de drogas e prostituição. A menor foi abandonada pela mãe, que não suportou mais a filha envolvida com as drogas. A casa onde reside a menor foi então transformada em um ponto de bordel freqüentada por homens e traficantes.

A garota chegou a ser internada, mas liberada 45 dias depois voltando ao convívio de traficantes e vivendo da prostituição. Diante da situação, o MP, enviou a prefeitura de Campestre um ofício para que crie com urgência uma casa de passagem para resgatar as adolescentes que estão se drogando e prostituindo na pequena cidade. (06/03/2010 12h00min. Blog Mozart Luna)






terça-feira, 20 de abril de 2010

Criando escândalos

Há crianças previamente instruídas de forma direta ou indireta, pelos pais vivenciadores de situações de miséria, que podem seduzir adultos, criando uma ocorrência transformadora da sorte de todos os envolvidos.

São armadilhas condutoras do adulto a imaginar que, por ter sido instigado pelo menor, não será por ele denunciado.

O adulto vulnerável pode ser convidado a exibir seu órgão genital, com o qual o provocador comparará ao seu. Depois disso a pessoa que se deixou levar estará à mercê do menor e das pessoas que o instruíram.

Essa estratégia não é nova e serve para vexar, expor ao clamor público, a vítima do grupamento ofensor.

Na verdade o convide do pré-adolescente ou mesmo da criança ao adulto poderia servir de justificativa para o crime. Não existe desculpa. A pessoa madura que se deixa seduzir por menores de idade, responderá criminalmente por seus atos.

O que mais acontecia, depois da consumação do delito, era a manutenção do segredo com o qual as “vitimas” e até mesmo coronéis ou partidos políticos, obtinham proveitos perenes.

A criação do escândalo passa por diversas fases. A primeira delas é o ambiente tenso, pobre, subdesenvolvido e sujo habitado pelas pessoas. A segunda seria a certeza de que não teriam futuro nenhum se não fizessem alguma coisa que comovesse os outros. A terceira etapa consistiria em aproveitar o surgimento da sexualidade nas crianças destinadas à indução do erro, provocando nelas, de forma direta ou mesmo indireta, o interesse pelo sujeito a ser atingido.

Na quarta fase o menor se aproximando da vítima exporia seus desejos fazendo crer que por ter sido dele a iniciativa, não haveria nenhuma conseqüência penal.

Hoje em dia, para o bom proveito midiático, os adversários produzem a ampla divulgação do resultado das armadilhas adrede preparadas.

As consequencias da divulgação dos fatos podem influir na carreira, na saúde, e na fortuna do adulto vitimado. Não se poderia afirmar terem sido os adultos acusados, vítimas de falsas acusações se se deixaram levar pela lascívia do provocador.

Uma das motivações para a elaboração de planos dessa ordem seria a econômica. Da mesma forma que há mudança na sorte material da mulher que aciona o pai do seu filho na justiça, exigindo a pensão alimentícia, haveria também transformações financeiras na vida dos denunciadores dos escândalos sexuais.

O exercício do poder num determinado lugar pode muito bem ser outro motivador da elaboração desse tipo de ardil.




segunda-feira, 19 de abril de 2010

A melhor defesa não é o ataque

Observa-se aqui em Piracicaba, nestes tempos, a junção entre espíritas e crentes ao redor do senhor prefeito Barjas Negri. Estamos em tempo de eleições e como a composição da câmara municipal quase sempre foi feita com base nessas crenças, adensa-se a ligadura.

Em termos de estado isso também ocorre; os ataques ao papa Bento XVI e aos seus sacerdotes pode muito bem ter a origem nessa vã tentativa de defender-se acusando. De fato o prefeito Barjas Negri (PSDB) foi mencionado nos Inquéritos da Polícia Federal que investigam a sua participação no esquema de corrupção denominado sanguessugas.

Luis Antônio Vedoin e Darcy Vedoin proprietários da empreiteira Planan garantiram que Barjas Negri (PSDB) embolsava lucros ao participar das falcatruas que superfaturavam ambulâncias. Foram mais de 600 prefeituras as servidas com esses veículos cujos preços estavam aumentados.

Há vereadores que, com base num eleitorado formado por evangélicos, permanece no cargo por mais de 20 anos. Como as feridas provocadas na administração pública federal foram expostas pra quem quisesse ver, nada mais recíproco do que atacar os sacerdotes da igreja católica.

Os políticos de Piracicaba sabem que não são corretos, que não são honestos. Procuram agora trazer pra si as atenções da sociedade brasileira, com uma fábrica de automóveis que a ninguém da cidade aproveita.

Enquanto isso favorecem a proliferação de empreendedores mal preparados que, desconhecendo as técnicas de manuseio dos equipamentos, prejudicam a vizinhos. É inegável que Piracicaba seja uma cidade onde os restolhos dos antigos coronéis desejem perpetuar-se no poder.

Eles não sabem fazer outra coisa. Nunca souberam. As licitações, por diversas vezes declaradas viciosas pelos tribunais, são a galinha dos ovos de ouro desse pessoal. O desvio de riquezas e as tentativas de ocultação passam pela estratégia de constranger os sacerdotes católicos.

Veja você o seguinte: O PSDB deseja trazer para a cidade a Hyundai Motor Brasil fabricante de automóveis. A empresa receberá gratuitamente a área de terras onde se estabelecerá e ainda a isenção de impostos por uma centena de anos.

Como para trabalhar nessas empresas é preciso ter conhecimento técnico especializado, deduz-se que os habitantes atuais da cidade não ocuparão seus postos de trabalho. Aqui não existe ninguém com treinamento para laborar nesse tipo de empreendimento.

Aliás, diga-se de passagem, que hoje em dia a automação das linhas de produção dispensa os trabalhos musculares. Então a quem interessa esse show promovido pelos políticos?

Interessa aos senhores ocupantes dos cargos eletivos que desejam perpetuar-se no bem-bom. Na atual conjuntura não seria exagero afirmar ser possível o casamento entre a Rede Globo e a Record. Pelo menos até a posse do senhor José Serra.



A casa de orates

Na casa de orates a discórdia atravessa a noite e pela manhã acirra os ânimos. Agridem-se uns aos outros os insanos e atribuem a alguém a causa de tanta loucura.

Eles não têm sossego. Não passam um minuto sequer usufruindo a paz que teriam, não fosse a doença neles inserida. Mal sabem o que fazem na terra. Insultam-se mutuamente por não terem alguém de fora a quem lesar.

Buscam nas fontes incompetentes as explicações de tanto pesar, porém nunca se satisfazem. O bem estar dos insanos estaria no sofrimento expresso das vítimas incautas.

Destroem os parentes próximos, logo em seguida os vizinhos e se não interrogados, surgem nas câmaras municipais e prefeituras donde perpetram a mesma odienta política.

Os mais loucos valem-se da imaturidade e fraqueza dos enteados e animais, no lombo dos quais descarregam o mau humor. São viciados; num eterno circulo de agredirem a si mesmos com substâncias tóxicas lançando depois a maldade nos indefesos, voltariam à toxidez perpetuadora da loucura.

Limitados por alguns princípios religiosos não chegam a cometer delitos nem contra a pessoa nem contra o patrimônio. São loucos que não se aceitam a si mesmo. Não se conformam com os quinhões genéticos herdados.

Em defesa deles a certeza de que são criaturas feitas por Deus, mas contra tais mentes assassinas, portadoras das atitudes infames, a certeza de que não estão com Deus. Os malignos buscam na sujeição alheia a própria satisfação. As pessoas do entorno que se cuidem.

Tomados pela inveja, ódio e muita ignorância, os vampiros influem nas desistências, nos abandonos e no insucesso dos que neles causam sentimentos de inferioridade.

Ao invés de melhorarem a si próprios, procuram destruir os que lhes sugeririam a pequenez. Não é raro essas mentalidades encontrarem apoio nas lideranças políticas decadentes e comprometidas com a corrupção.

A teimosia impede-os de admitirem os equívocos próprios, de reconhecerem a própria culpa e por isso mesmo seguem causando transtornos. Esses tranca-ruas, tranca-caminhos, não saem eles mesmos do lugar e praguejam contra quem queira ver as normas obedecidas por todos.

Não se pode negar serem esses espíritos os resíduos do autoritarismo, do mandonismo, da prepotência equivocada que se propunha a decidir os destinos alheios. Não passam de loucos desejosos de se saciarem com a danação alheia.

São os vampiros, os mortos-vivos habituados às trevas, que tudo tomam e nada fazem por si mesmos.





sexta-feira, 16 de abril de 2010

Meu vizinho é um psicopata

Você se lembra daquele sujeito sempre mal humorado, que maltrata diuturnamente os enteados, não para nunca de falar, e agride os vizinhos?

Pois você pode estar diante de um psicopata. A psicopatia é uma doença mental caracterizada também por ausência de culpa.

Outros sinais de que o sujeito maldoso é portador desse mal são os seguintes: falta de sinceridade e tendência à manipulação; impulsividade; irresponsabilidade persistente e ausência de remorso.

Quem ensina é a psicóloga Martha Stout no livro "Meu Vizinho é Um Psicopata". Ela apresenta elementos básicos para reconhecer psicopatas e sociopatas - pessoas com distúrbios psicológicos e mentais caracterizadas, principalmente, pela falta de culpa e consciência.

Quando o padrasto cruel maltrata a filha e os enteados, ele sabe o que está fazendo, mas não se importa com isso. Ele “não liga”. É preciso muito cuidado com esse tipo de doente. Ele pode atacá-lo na rua atirando-lhe tijolos ou agredindo-o com chutes no peito.

Esses tipos anormais podem usar tinta spray com a qual, poluindo o ar da casa alheia, perturbam o sossego do vizinho.

A Herança

Minha tia Olanda Zocca nasceu no dia 19 de fevereiro de 1913, aqui em Piracicaba, tendo falecido aos 19 de setembro de 1996. Era irmã do meu pai Fúlvio e, do seu casamento com o açougueiro João De Lello teve dois filhos, Roque e Arthêmio De Lello.

Arthêmio quando moço trabalhou na rádio Difusora de Piracicaba fazendo reportagens de campo durante os jogos do XV de Novembro. Aliás, o Roque também passou uma temporada naquela rádio onde era discotecário.

Roque inspirado nos arquivos da emissora formou imensa coleção de discos, daquelas orquestras do estilo de Glenn Miller, das décadas de quarenta e cinquenta.

Antes de ingressar na Difusora Arthêmio formou-se contabilista na escola técnica de contabilidade Cristóvão Colombo, ou Zanin, como era popularmente conhecida. Esse meu primo é um torcedor fanático do XV professando também sua paixão pelo Corinthians.

Meus primos, tia Olanda, a avó Amábile e o tio Bruno Zocca, residiram por muito tempo à Rua Ipiranga, esquina da Rua Governador Pedro de Toledo. Naquela casa havia um anexo cuja fachada ficava na Governador. Ali meu avô José Carlos Zocca, nascido aos18 de setembro de 1892, tinha um açougue.

José Carlos faleceu em Piracicaba, segundo informam, de um infarto no dia 26 de janeiro de 1943, quando na Europa acontecia a II Guerra Mundial. Por ter origem italiana igual a seu pai, João Ulisses Zocca, meu bisavô, deve ter passado por maus momentos durante os anos que antecederam a sua morte.

Quando Getúlio Vargas visivelmente favorável aos Nazistas, mostrava-se convicto dos seus propósitos e apoiava os alemães, a colônia italiana em Piracicaba não sofria qualquer tipo de assédio moral. É bom dizer que a Itália, naquele tempo, governada por Benito Mussolini, era aliada dos alemães.

Segundo me contou minha prima Maria Cleusa Adâmoli, José Carlos possuía um busto do Benito na sala, e colecionava cédulas italianas do período.

Mas quando Getúlio Vargas, depois de ganhar a usina de Volta Redonda dos norte-americanos aliando-se a eles, os simpatizantes do “Dulce” em Piracicaba passaram a ser vistos com mais reserva. Compulsando os jornais daqueles dias pode-se perceber claramente as alusões veladas feitas aos italianos e japoneses.

Imagine como era o dia-a-dia de um comerciante no centro da cidade, cujo pais de origem representava o papel de vilão, num episódio conturbado na história da humanidade.

Pode até ser que a pressão social tivesse influído na morte de José Carlos. Ele faleceu deixando uma herança geradora de muitas encrencas durante muito tempo.

Não tenho certeza, mas presumo que na véspera do Natal de 1953, talvez na noite do dia 24, tenha havido uma discussão forte entre meu pai Fúlvio e seu irmão Bruno que era alcoólatra e vivia bêbado. Essa quizila teria motivado a mudança de Fúlvio, minha mãe Daisy e eu, com três anos de idade, em meados de 1954, para uma casa do espólio, situada à Rua Benjamim Constant. A ocupação do imóvel tinha a anuência da viúva Amábile, mas não a dos demais herdeiros.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Relógio

Rapaz! Levei um cacete da minha mãe numa ocasião, que vou te falar: não foi brinquedo não.

Aconteceu assim: estávamos os seis irmãos (quatro meninos e duas meninas) dentro de casa; lá fora uma tarde comum, sem chuva ou muito sol. Não posso precisar a data, mas creio que eu ainda freqüentava o curso ginasial, portanto seriam meados dos anos sessenta.

Minha mãe estava na cozinha lavando a louça e nós brincávamos na sala. Os divertimentos se limitavam a provocações nas quais nem sempre os mais novos saiam-se bem. Na calçada, defronte ao portão do escritório da fábrica de botes Adâmoli, havia homens conversando, como era comum acontecer.

Num certo momento acertei o cocuruto do Júnior com um tapa mal calculado e o moleque desandou a berrar como se tivesse levado um soco no queixo. O estardalhaço que o guri apresentou fez com que os demais estancassem atônitos.

O chorão gritava de tal jeito que minha mãe veio correndo da cozinha, enxugando as mãos no avental que trazia na cintura. Como não são tão importantes os fatos, mas sim a versão que se dá a eles, Júnior aos prantos, contou que eu o tinha agredido com um pancadão na cabeça.

Meu amigo, nem queira saber o que se passou depois. Tomada por um piti descomunal dona Daisy avançou sobre mim batendo-me com tanta violência que quase perdi os sentidos.

Tomada pela ira, ela gritava e me espancava com um tamanco. Sem ter outra forma de me defender eu usava os braços e as mãos com os quais cobria a cabeça e o rosto. Cai num canto, perto da porta de entrada, sob um quadro de distribuição de energia elétrica, que nós conhecíamos como “relógio de força”.

Ali, meu amigo, naquele cantinho, recebendo as violentas bordoadas nas mãos, nos braços, na cabeça, no rosto e nas pernas, os segundos não foram muito confortáveis, não.

Enquanto o couro comia a galera toda se reuniu no quarto usado por meus pais. Lá confidenciavam regozijando ou temendo que a tempestade os atingisse também.

Passado o furacão, talvez na semana seguinte, em memória do ocorrido puseram naquele canto, perto da porta da rua, um vaso cônico branco de cimento, onde estavam plantados pés de espadas de São Jorge e comigo-ninguém-pode.

Naquele tempo a educação era diferente.





quarta-feira, 14 de abril de 2010

As sanguinolentas chibatadas

Os caras te aporrinham desde a infância, te embaraçam o caminho durante a adolescência inteira, te mandam pro sanatório por duas vezes, tentam por anos seguidos te induzir ao crime ou suicídio e quando se vêem frustrados, pedem pra esquecer, que tudo já passou, assim, numa boa.

É que a pimenta no reto do outro não me dói. Não é verdade? Permita-me dizer: isso não é religião, meu amigo, isso é satanismo puro. No mínimo covardia das grandes. Na verdade não passa de ignorância, grosseria; descontar no filho do sujeito que te prejudicou, indica a incapacidade, a impotência de se ver com ele.

Então, como não podemos ferrar o cara que nos prejudicou numa questão de herança, lesamos um filho dele, que não tem nada a ver com o nó. Isso é vergonhoso, no mínimo.

A situação se assemelha àquela em que o Iscariotes, vendo o crucificado entregar o espírito, se arrepende dizendo que “ele era justo”.

Essa insensatez assemelhar-se-ia também ao bando de feras, que numa savana, perseguindo a caça, mas não conseguindo atingir os animais adultos, ataca destruindo o filhote. Ora façam-nos o favor.

Por trás dessa mão de ferro violenta, esquisita e louca, vê-se uma ninhada de políticos corruptos, ávidos de continuar recebendo todos os bônus que lhes dão os cargos eletivos. Quem é que acredita nessas lengalengas depois de sofrer na pele todos os gravames da crueldade?

Quem seria o otário de botar fé nas promessas, nessas arquiteturas vis das quais se desconhece o final? A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. A confiança não se impõe, adquire-se.

Quem acreditaria que um sujeito maltratado por quase meio século pode ainda reverenciar os seus algozes? Você passa uma vida inteira batendo, humilhando e excluindo alguém e depois, já no final, quer ainda que ele te respeite?

Isso pretendido seria atributo de um espírito Crístico que o vitimado pode não ter. Perdoar é para Deus; a gente só se arrependeria depois de feito. Mesmo assim de que serviria o arrependimento do homicida diante do luto da viúva?

Em todo caso nos sentimos agradecidos pelo reconhecimento dos equívocos e a cessação das imerecidas, cruéis, injustas e sanguinolentas chibatadas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Os Xerifes do Quarteirão

Quando um quarteirão está sob as influências malignas daquelas pessoas que se sentem os xerifes do lugar, podemos presenciar alguns frutos das suas ações: calçadas sujas, árvores podadas ou mortas, muros queimados, pixados e provocações inúmeras.

Percebe-se também, nos vizinhos de boa índole, a incidência de doenças tais como a depressão, o câncer e as cardíacas.

Os chamados xerifes do quarteirão, não chegam a distinguir os comportamentos dos seus contíguos. Ou seja a implicância com alguém ocorre não por ser ele (esse alguém) muito mau ou prejudicial à coletividade.

A implicância nasce por diferenças de costumes. Por exemplo: se os xerifes do lugar que têm o hábito de beber, fumar e consumir drogas reunidos defronte suas casas, não forem imitados por algum desavisado que chegou ao trecho, instala-se contra ele uma verdadeira campanha expurgatória.

Os xerifes podem até ter parentes frequentadores das igrejas e por isso mesmo, se não houver atenção, a boataria defenestrante pode recrudescer. Geralmente os xerifes cruéis de um lugar não crêem em Deus.

Os malignos podem até freqüentar os cultos e celebrações, mas nota-se que logo reiniciam suas arengas hostis contra quem não conseguem nutrir simpatia. É uma questão de química. Os semelhantes se atraem. Ou melhor: os pássaros de penas iguais andam juntos.

Portanto para que não haja tanta discórdia você deveria participar das rodas de bebedores, fumar sua maconhazinha de vez em quando e, tragar mostrando satisfação no seu rosto, a fumaça cinza daquele cigarro paraguaio que podem lhe oferecer.

Então só assim, digamos “vibrando na mesma freqüência” haveria mais aceitação e menos embates entre as preferências.

É conhecidíssima a noção de que “pau que nasce torto, morre torto”, ou em outros termos, que os maldosos seguem com suas maldades até o final. De que adianta você banhar o porco, preocupando-se com a sua higiene? Ele não retornaria logo para a lama?

Quem poderia impedir os cães de voltarem para os seus próprios vômitos? É assim com o bêbado, com o usuário de drogas.

Você pode não se preocupar em tirá-lo da imundície na qual se encontra. Mas com muita certeza, ele se preocupará em trazer você para o lado promíscuo em que se acha.

Para você entender alguém, saber realmente quem ele é, basta ver o que ele faz ou diz. Pode uma árvore ruim dar bons frutos? Se o quarteirão vive sujo, as pessoas ao redor estão doentes, a conclusão sobre as influências dos xerifes no trecho podem não ser das melhores.

Em alguns quarteirões a maioria da violência que se pratica é a verbal. São raras as hostilizações físicas tais como espancamentos cometidos por famílias inteiras e até apedrejamento. Quando isso ocorre você pode concluir que os agressores agem assim por não dispor de qualquer outro argumento que possa defender as posições condenáveis.

Uma cidade só será próspera e feliz quando os xerifes cruéis dos quarteirões tiverem suas ações malignas, praticadas nas trevas, conhecidas pela sociedade toda. É bom relembrar que os políticos insensatos que protegem os agressores morais terão a mesma sorte que eles.

Se Deus é amor, podemos concluir que os xerifes prezadores do assédio moral não conseguiram ainda chegar até Ele e, que as influências no quarteirão são mesmo feitas pelos tais adoradores das trevas.





segunda-feira, 12 de abril de 2010

A exposição ampla

Se você encontra gorduchas pelas ruas, logo depois de ter fuçado sites onde viu milhares de obesas nuas; se se depara com anúncios de concursos públicos oferecendo vagas para arquivista, logo após ter providenciado a impressão daqueles textos dos seus arquivos; se seu blog aparece com modificações que você não fez e, se os seus escritos antigos são desencavados com alterações na grafia, pode ter a certeza de que seu computador está monitorado.

A quem interessaria essas intromissões? A todos aqueles que se sentem atingidos pelo que você publica. Então ao deputado federal medíocre, mais falso que nota de mil reais, àquele prefeito fajuto, hábil em favorecer parceiros nas licitações, ao dirigente “religioso” frustrado com as predições horríveis feitas contra seus adversários, àquele banco safado, ordinário, que escorcha com os juros, explorando o trabalho dos ingênuos, a esses todos, interessaria o seu insucesso na internet.

A incompetência da súcia, que pode não temer fazer juntar arruaceiros defronte sua casa e tentar invadi-la derrubando o portão, limitar-se-ia, em tese, a praticar esse tipo de ações ocultas. Esses velhacos jamais o procurarão para uma conversa franca. São covardes, tímidos, frustrados.

As ações desses canalhas se assemelham às daqueles militares opressores que, em tempos ainda vívidos em nossas memórias, invadiam as redações dos jornais, empastelavam a tipografia e agrediam aos jornalistas.

A eles interessaria a manutenção dos bons conceitos que gozariam junto ao público. E os escândalos do tipo das sanguessugas (ambulâncias), do mensalão do DEM (José Roberto Arruda) e outros, não deveriam ser expostos, por oferecerem perigo às futuras reeleições.

E como agora as mídias impressas não são as únicas a publicar os assuntos favorecedores dessa gente fina, o jeito é apelar para as práticas sub-reptícias dos tais atos quebrantadores.

Os milhões e milhões de leis editadas no Brasil de nada servem se não são obedecidas, postas em prática. Que proveito traria à sociedade, ao poder Judiciário, essa ampla exibição dos flagrantes delitos, em que os políticos, dentre eles um governador de estado, aparecem recebendo fardos de dinheiro público desviado?

Cadeia e tratamento psiquiátrico só não bastam. Os condenados devem devolver o que não lhes pertence.






domingo, 11 de abril de 2010

Punindo o sucesso, premiando o fracasso

Piracicaba é um local onde se pune o sucesso e premia-se o fracasso. São situações que se assemelham às experiências dos laboratórios de psicologia, onde condicionando animais, ensina-se-os a agirem de acordo com as orientações.

Nos experimentos laboratoriais, os sujeitos ganham alimento depois de cumprirem determinadas tarefas feitas corretamente, enquanto que são privados de ração ou água, quando não fazem a coisa certa.

Aqui é tudo ao contrário. Se você se destaca em determinada área é logo cassado, punido, perseguido e rotulado. Enquanto que o mostrar-se dependente, vitimado, carente, pode trazer-lhe certa atenção compassiva das autoridades de plantão.

É claro que essa inversão dos valores atende aos interesses dos políticos que ocupam o poder no momento. Se o camarada tem a “ousadia” de dizer que excelentíssimo senhor prefeito municipal foi mencionado nos inquéritos da Polícia Federal que apuram irregularidades no Ministério da Saúde, torna-se um sério candidato a ganhar “afagos” somente quando é vencido.

Essa política observada em Piracicaba é a responsável pelas gerações e gerações de derrotados subservientes, fregueses dos famosos coronéis, ainda no comando político.

Os que só se alimentam, se casam, e têm o reconhecimento público depois de efetivados os seus fracassos, formam as multidões mantenedoras dessa mediocridade incrustada até hoje nos cargos públicos eletivos.

Para fazerem-no soçobrar os perversos estimulam as fraudes com as senhas na Internet, facilitam o roubo das heranças, denigrem o seu conceito perante o público lançando-o na indigência. É assim que eles se mantêm no poder, isto é, abusando da boa fé da população.

Depois de instalados nos cargos públicos, essa escória não hesita em levar para casa o dinheiro que seria usado na melhoria da cidade. Então quando você observa uma periferia sem o saneamento básico, sem os atendimentos essenciais, e toda aquela gente passando por perrengues horríveis, pode ter a certeza que o político responsável pela área levou a sua na boa.

E quando você percebe que é mais uma vítima dessa canalha toda botando a boca no trombone, a escumalha não envida esforços em mandá-lo pra a clínica psiquiátrica mais próxima.

Os malditos agem assim. Esses malditos sempre fizeram, sempre fazem e sempre farão isso.



sábado, 10 de abril de 2010

O Gole Generoso

Mariel Ardeu Demorais na tarde de quinta-feira entrou já bastante cansado, no bar do Bafão pra comprar o seu costumeiro maço de cigarros. Assim que o recebeu leu a tarja “CIGARRO PROVOCA IMPOTÊNCIA SEXUAL”. No mesmo instante devolveu-o perguntando:

- Você não pode trocar este por aquele que PROVOCA SÓ CÂNCER?

Bafão considerou as altas taxas de pinga contidas naquele corpo, evidenciadas pelo olhar zonzo, rosto afogueado e pés inchados, como as motivadoras dos disparates. Mas mesmo assim respondeu:

- Já está mais do que na hora de você encomendar o espírito. O corpo já foi. É ou não é, Mariel?

- Ah, deixa disso, mano! Trabalho o dia inteiro naquela oficina e quando vou refrescar a goela tenho que ouvir essas loucuras? Ora, faça-me o favor. Ocê sabe que se eu só fumasse corria o risco de ficar doente. Mas não. Ocê não vê que eu gosto de tomar muita cerveja? É isso que me livra a cara.

- Hum... Tá bom. Vai querer pinga antes da cerveja? – no mesmo instante em que falava Bafão asseava o tampo do balcão com uma toalha branca.

- Bota o de costume.

Bafão percebeu que Mariel estava irritado. Talvez o serviço na oficina não estivesse muito agradável. As cobranças eram constantes e o esperado retorno financeiro não se mostrava à altura de produzir a satisfação plena.

- Você não ficou sabendo o que aconteceu com o Van Grogue? – perguntou Bafão, ao servir o freguês com a pinga.

- Faz tempo que não vejo o Grogue. Por onde anda aquela desgraça?

Bafão tirou da geladeira uma garrafa geladíssima de cerveja, abriu-a a vista do consumidor e ao ajeitar um copo limpo ao lado da vasilha, continuou:

- Van Grogue esteve trabalhando como colocador de carpetes. Foi por isso que não apareceu mais por estas bandas. Dizem que está ganhando muito dinheiro.

- Ele esteve lá na oficina, no mês passado. Reclamou do barulho, mas depois foi embora. A turma diz que ele voltou a beber. Será verdade?

Bafão respondeu:

- Olha, que eu saiba, o Grogue nunca parou de beber. Foi o pessoal que deixou de ver ele encharcando a cara. Disseram que um dia ele estava tão louco, mas tão louco de vontade de fumar, que depois de ter colado o carpete na sala do Cidão Boyola, viu uma elevação que se destacava bem perto do meio. Ele achou que era o maço de cigarros que havia esquecido ali. Com preguiça de refazer o serviço, ele simplesmente pegou o martelo e amassou, à pancadas, o calombo. Bom, quando já se preparava pra ir embora, a mulher do Cidão Boyola apareceu trazendo o maço de cigarros dele, - do Grogue - esquecido em cima da mesa da cozinha. Depois que Van o guardou no bolso, a mulher lhe perguntou se não tinha visto o filhote de gato que viera para a sala. Ocê acha que o Grogue teve a coragem de responder que tinha visto o filhote de gato?

- Eu acho esse Van Grogue um tremendo chato. Dizem que ficou amigo do Jarbas. É verdade? – Mariel demonstrava, já com a voz embargada, interesse inusitado em saber algo a mais sobre o famoso pinguço de Tupinambicas das Linhas.

Bafão emendou criticando:

- Imagine que o Grogue fez amizade com o Jarbas! É mais fácil uma vaca voar! Depois que a seita maligna do pavão-louco, a serviço do prefeito caquético testudo, “sujou a água” dele na cidade, o Grogue tem medo até de ir à praça ao entardecer. Ocê sabe muito bem Mariel: gato escaldado tem medo de água fria.

- Pois eu acho que fez muito bem esse prefeito! – enquanto falava Mariel Ardeu segurava o copo de cerveja suspenso diante dos olhos – Tinha mais é que dar uma sova nesse cara sujo.

Aquietadas as emoções, depois da ingesta de mais um gole generoso da cerveja que já não estava tão fria assim, Mariel Ardeu Demorais pôde ver a beldade loura que entrava no recinto. Era Luisa Fernanda, a gerente que tentava “há séculos”, tocar de orelhada o hino do Corinthians naquele seu teclado vetusto.

Rebolando aquela sua bundinha flácida Luisa disse categórica:

- Seu Bafão, me embrulha, por favor, 360 gramas de mortadela da boa. Mas olha: é da boa, hein! Não quero enganação.

- Sim, senhora. É pra já. – Respondeu Bafão solícito.

Notando que o silêncio do ambiente o incomodava Mariel Ardeu estendeu a mão em direção à mulher dizendo:

- Olá, como vai dona Luisa? E a greve já acabou?

Luisa Fernanda afastando-se do homem, como alguém que se afasta de um cão fedorento, murmurou algo parecido com “o que é isso?”, mas disse em voz alta:

- Não ponha a mão em mim!

Sem impedir a vazão dos sentimentos horríveis que lhe bagunçaram a alma naquele momento, Mariel Ardeu de Morais disse às costas de Luisa Fernanda enquanto ela saia carregando o embrulho.

- Vai ficar louca!

Bafão anotando o débito na conta da freguesa, nem deu tanta importância ao fato. Sabia que aquilo era ainda o reflexo da quizumba antiga, havida entre aqueles pobres “cachorros pequenos”.




sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Lixo

Cindy Crau, quando criança, em Tupinambicas das Linhas sofrera abuso sexual praticado por um motorista de caminhão basculante. O sujeito era completamente calvo e tinha um bigode basto e peludo. Ele andava com a camisa aberta no peito e fora da calça.

O degenerado bebia pinga no bar da esquina, onde também fazia jogo do bicho. Zé de Quincas gostava daquele ambiente, pois se via livre das amarras e opressões que sofria no seu trabalho e lar.

Zé padecia com a insônia, abusava do álcool e fumo. Vivia sem barbear-se e levara um duro golpe da vida quando a mulher danou-o, corneando-o com um colega seu.

A raiva que o dominava transformou-o num misógino obcecado. Mas a libido que o perturbava, esvaia-se de vez em quando, nas safadezas contra crianças inocentes.

Era muito chato e não gostava de andar a pé pelas ruas. Por isso comprara um Monza velho, esburacado pela ferrugem e, com o IPVA atrasado.

Ele conhecia o Gera que não era outro senão aquele do qual já lhes contei inúmeras passagens e historietas.

Eu soube, por meio do Gera, que o Zé de Quincas possuíra muito dinheiro, quando fora casado com sua primeira esposa. Eles tiveram um filho, mas a mulher cansou de apanhar, por isso buscou em outros braços os carinhos que o Zé não lhe dava.

Ao separarem-se, Zé de Quincas desejou ficar com o filho, que naquela altura do campeonato apresentava já sinais de esquisitice preferindo usar roupas de meninas. Os trejeitos delicados indicavam que ele se sentia melhor vestido como mulherzinha do que igual aos garotos.

Ao ver aquilo, Zé teve a certeza absoluta que teria um viegas pra conferir. O fiofó dos escolhos, produto daquela união, com certeza não lhe daria as alegrias que teriam os pais dos outros moleques da vizinhança.

Os cabelos curtos, voz de contralto e a crença de que não poderia mesmo contar com aquele seu rebento, levaram o Zé de Quincas a arrepender-se de todos os males que causara durante toda sua vida malévola.

Mas a criança sabia que a exibição da sua imagem diariamente seria uma forma de dizer: “Olha aí, estão vendo? Vocês me encheram o saco, mas agora estou aqui fazendo e acontecendo, enquanto que vocês, os zombadores, continuam nessas vidinhas de murmuradores covardes”.

A Cindy Crau uma das inúmeras vítimas do Zé de Quincas tremia ao ver aquela figura sinistra ali na sua frente. Ela tinha sincopes e chiliques só de ouvir falar o nome do tarado.

Publicado originalmente em 03/03/2004 no usinadeletras.com. br