quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Preço dos Cupcakes



               Como é possível para uma empreiteira vencer mais de 30 licitações, feitas pela prefeitura, se não tiver o tal jeitinho de contornar as exigências da legislação que regula a matéria?
       É mais do que sabido que as obras públicas, tais como a construção de pontes, prédio de biblioteca, escolas, viadutos e recapeamento de ruas já calçadas, são fontes de estratagemas proporcionadores de enriquecimento ilícito para muitos espertos.
       O superfaturamento, ou seja, a atribuição de preços bem maiores do que realmente custam tais obras ou serviços, serve de justificativa para o embolsamento de parte do dinheiro governamental.
       Em outras palavras: se uma empregada é incumbida de fazer cupcakes, tendo para isso que comprar os ingredientes, ela em sendo desonesta, pode alegar para a patroa, e até apresentar notas fiscais, que o trigo, o açúcar, os ovos, a manteiga e as essências custaram, digamos R$100, quando na verdade pagou só R$50.
       Tendo recebido os R$100 da empregadora e gasto somente os R$50 na compra que realizou, ela embolsa tranquilamente os outros R$50 restantes.
       Agora imagine essas importâncias multiplicadas por milhões ou bilhões de reais dos orçamentos fajutos das grandes avenidas, piscinões, viadutos e pontes.  
      É por isso que você pode notar aquele sujeito que, em não tendo onde cair morto, ou um gato pra puxar pelo rabo, depois de ter conseguido a ocupação daquele cargo público maneiro, hoje passeia de carro importado, é proprietário de centenas de imóveis e até habita mansão de bairro nobre.
       Enquanto isso você vê diariamente nos telejornais, os padecimentos dos eleitores causados pela deficiência, por falta de dinheiro, nos serviços públicos relacionados à saúde, educação e segurança.
       Pode isso Arnaldo?
         

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Com Pedras e Paus




                 Os crimes frequentes cometidos por marginais e vândalos no estacionamento da Universidade de São Paulo (USP), levaram a reitoria a firmar um convênio com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de S. Paulo, pelo qual a Polícia Militar se incumbiria da manutenção da ordem no local.
       Com a presença rotineira dos policiais no campus, houve a detenção de três estudantes que fumavam maconha na região; esse fato gerou protestos e o confronto direto de um grupo de jovens com os policiais. Com pedras e paus os sediciosos danificaram cerca de seis veículos do governo do estado.
       Nem todos os estudantes eram contrários à presença da polícia nas dependências da universidade. Um grupo numeroso, formado por alunos de todas as áreas, inclusive da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, promoveu até ato de apoio ao pacto entre a Reitoria e a Secretaria da Segurança Pública.
       Entretanto os revoltosos ocuparam e danificaram as dependências da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; logo em seguida invadiram o prédio da reitoria, de onde exigiram a saída da Polícia Militar do campus, a rescisão do pacto com a Secretaria da Segurança Pública e o arquivamento de processos na justiça.
       Após determinar o corte da energia elétrica, água e internet do prédio ocupado, a reitoria ingressou na justiça, requerendo a reintegração de posse.
       O poder judiciário concedeu a ordem e deu um prazo para que os amotinados desocupassem as dependências invadidas.
       Tendo transcorrido o tempo sem que os invasores cumprissem a determinação judicial, foram conduzidos para o distrito, onde agora responderão ao inquérito policial e ao processo crime por desobediência.
08/11/2011