quarta-feira, 30 de junho de 2010

O coquetel Molotov

E chegava mais um final de semana. A noite surgia amena encontrando Van de Oliveira, no quarto, preparando-se para sair.

Diante do espelho, Grogue ajeitava a calça, a camisa esporte e, com um retoque final o penteado.

Duma gaveta sacou o frasco de desodorante, exagerando a aspersão nas axilas. Transcorria fevereiro de 1975, quando o governo em Brasília, era ainda exercido pelos generais.

Grogue ao caminhar pelo quarto teve a convicção de ter acertado na escolha do calçado que usaria para badalar naquele sábado: entre um par de tênis e outro de coturnos, escolhera o segundo.

Bem vestido o camarada deu três passos adiante, parou, voltou-se e de longe mirou sua figura no espelho. Estava tudo de acordo e nos conformes. As botas, apesar de amarradas firmemente nas canelas, deixavam os pés folgados.

Metendo no bolso um maço de Hollywood e uma caixa pequena de fósforos, ele sentiu-se pronto para a noitada.

Desceu a escada, abriu a porta da rua, entrando com habilidade, no Karmann Guia 1972, vermelho, estacionado defronte ao sobrado.

Ao volante acendeu um cigarro, pondo-se depois em marcha. Ele ouvia com atenção o ruído baixo, lento e grave que saia dos escapamentos abertos, daquele motor 1500.

Van de Oliveira dirigindo numa velocidade reduzida, bem devagar, quase parando, rodeou a praça central, notando o afluxo inexpressivo de pessoas.

Depois de parar defronte ao bar do Bafão, onde havia mesas de sinuca, ele desceu, mas não fechou à chave a porta do carro.

No boteco três ou quatro duplas jogavam bilhar. A névoa cinza da fumaça dos cigarros turvava o ambiente, ao mesmo tempo em que o cheiro impregnava-o.

Van acomodou-se a uma das mesas postadas perto do balcão, pedindo cerveja. Depois de atendido ele notou, assustado, que dois travestis caracterizados como prostitutas se aproximaram dele.

Convidados a se sentar e a tomar cerveja eles não quiseram, dizendo, entretanto que Lola Door, a dona do bar situado na esquina próxima, queria falar-lhe.

Van bebeu com muita calma e depois, avisando ao Bafão que iria ao bar da Lola, saber o que ela queria, saiu a pé. Com uma vintena de passos ele entrou no boteco da cafetina velha.

Defronte ao balcão havia um aglomerado de bebedores falantes. A mulher comandava a caixa registradora, enquanto que seu companheiro, que a tirara da zona do meretrício, alguns anos antes, atendia os pedidos do pessoal.

Ao ser avistado pela mulher, Grogue percebeu que ela fazia-lhe gestos, para que se aproximasse.

À presença do recém-chegado, um silêncio inesperado, dominou o ambiente. Acercando-se da mulher, Van de Oliveira Grogue, curioso ao extremo, para saber o que ela tinha a lhe dizer, foi atingido, de repente, por uma pancada tão forte na face esquerda, que o derrubou ao chão.

Lola dera-lhe no rosto com a costa da mão esquerda. Tentando levantar-se o rapaz não conseguia entender o motivo do ataque.

Alguns risos sobressaiam do burburinho que ressurgia no aglomerado. Dois homens se aproximaram e pegando-o pelos braços puseram-no pra fora do boteco.

“Que filhos da puta! Só pode ser intriga dos veados” – pensou Grogue.

Com a visão turva de ódio, ele entrou no Karmann Guia, foi até o sobrado, pegou uma garra vazia de vinho e voltando ao carro dirigiu-se ao posto de combustível da redondeza.

Não havia movimento. O frentista estava só e ouvia algo no rádio a pilhas; ele não estranhou quando o homem que acabara de chegar, pedira-lhe que enchesse a garrafa com gasolina.

Grogue fechou o frasco com uma rolha; ao invés de pagar o preço, disse ao homem que perdera a carteira; que morava a dois quarteirões de distância e que voltaria logo em seguida, para o acerto.

De nada adiantaram os protestos do frentista. Van de Oliveira entrou rápido no carro deu a partida e, acelerando com força, desapareceu.

Estacionando defronte ao sobrado, ele subiu rápidamente a escada indo direto pro quarto. Duma gaveta, da velha cômoda, ele tirou a camiseta amarela que reduziu a trapos.

Enlaçando o gargalo da garrafa com o pano, desceu ás pressas a escadaria, entrando afoito no carro vermelho.

Sentindo muito ódio, ele pisou fundo no acelerador; não se importou com as imprecações murmuradas pela vizinhança irritadiça.

Grogue parou longe do seu alvo. Talvez uns cinquenta metros. Ele desceu do carro com a garrafa na mão esquerda. Ao se aproximar do boteco precisava umedecer, com a gasolina, o trapo do gargalo.

Van tirou a rolha, vertendo o liquido aparado no pano. Entretanto, os gestos bruscos, por estar muito tenso, fizeram com que a gasolina vazasse em demasia, molhando-lhe o braço e a mão esquerda.

Fechando a garrafa com a rolha e firmando o pano, ele sacou do bolso a caixa de fósforos. Naquele momento uma dúvida o parou: lançaria o projétil contra o chão, nos pés da turba, ou contra as garrafas de bebida, enfileiradas nas prateleiras, acima e atrás da cabeça da agressora?

A distância entre ele e a turma que bebia não impediu que o cheiro da gasolina o denunciasse. Os homens perceberam e iniciaram movimentos de pânico.

Com receio de ser impedido, antes de alcançar o seu objetivo, Grogue acendeu o estopim. Mas as chamas passaram-lhe para o braço e a mão encharcadas de combustível.

Sentindo a queimadura, ele soltou a garrafa que explodiu aos seus pés, na sarjeta.

Cercado pelos bêbados Grogue quase foi linchado. Uma viatura da guarda levou-o ao delegado, que depois de um interrogatório breve, mandou-o ao pátio interno da delegacia.

Sentado numa escada fria, observado pelos detentos, que o olhavam das janelas gradeadas das celas, Van viveu uma das madrugadas mais frias e tristes da sua vida.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Moraes agride repórter a tapa

O vereador Lourivaldo Rodrigues de Moraes (DEM), conhecido como "Kirrarinha", na manhã de ontem (28/06), nas dependências do Centro Integrado de Segurança e Cidadania, agrediu a tapa a repórter Márcia Pache.

Márcia Pache trabalha na TV Cento Oeste, filiada ao SBT, na cidade de Pontes e Lacerda, situada a 450 quilômetros de Cuiabá, na região Oeste do Estado.

A violência aconteceu quando Márcia foi entrevistar Moraes depois dele ter prestado depoimento nos dois inquéritos policiais instaurados contra ele.

Num dos inquéritos o vereador é suspeito de ter obtido uma procuração para receber a aposentadoria de uma idosa analfabeta, de 74 anos, e de não ter devolvido todo o dinheiro.

O outro inquérito foi aberto por ter Lourivaldo Moraes incitado a invasão de imóvel em um conjunto habitacional construído com recursos públicos. Segundo consta no inquérito, até as chaves da casa invadida foram encomendadas pelo vereador.

As imagens de toda a agressão contra a repórter foram transmitidas pelas duas emissoras de TV daquela cidade.

Márcia trabalha há 15 anos com jornalismo no interior de Mato Grosso. Antes de ser contratada pela TV Centro Oeste, atuava em Cáceres, onde se destacou na TV Descalvados.

Ela fará, nesta terça-feira, exame de corpo delito. Márcia anunciou que processará o vereador dos Democratas.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O mel na sopa

Sinto muito, meus amigos, mas hoje vocês voltarão para casa. Testemunhamos os esforços dispendidos na busca da vitória; porém nesta data, forças maiores impuseram-se de forma inexorável.

Foi terrível; eles estavam implacáveis, impiedosos, astutos, unidos e conseguiram os objetivos previamente traçados; tudo planejado.

As tramas urdidas realizaram os desejos de muitos, satisfazendo a todos os participantes. Esse é o resultado. Nossa aliança, entretanto, continua.

A mobilização foi muito forte. Teria começado com o passar do tempo, de forma bem tênue; agigantou-se depois de momentos tensos, culminando nesse presenciamento.

Valeu a torcida forte, bem informada, compacta; valeram as chegadas em grupo, os grandes lançamentos; as combinações na retaguarda e a ação em conjunto.

De que adiantou a torcida calorosa? De que adiantaram os avisos, os pedidos, as solicitações para que reforçassem mais a defesa?

Antes do início estavam bem cientes de que não seria brincadeira. O confronto dar-se-ia entre forças desiguais; desserviram os clamores: estava já tudo escrito na caderneta.

Eu bem que avisei. Às vezes é desnecessário sacar uma espada tão grande, pra afastar uma simples mosca.


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domingo, 27 de junho de 2010

Valendo-se dos meios escusos

Depois de um longo tempo em que deixaram José Serra sozinho, chegou enfim o momento no qual alguém deveria se apresentar para ocupar a vaga de vice.

Na minha opinião quem mais se identifica com o PSDB é o ex-deputado Roberto Jefferson do PTB. A bagagem política que o forma é bem característica da ideologia dessa coligação.

A experiência política do senador Álvaro Dias, convocado para o posto, está longe da apresentada no currículo do doutor Roberto.

Os eleitores do PSDB só têm a agradecer por tamanho acerto na escolha. Afinal, depois de um longo tempo com o PT em Brasília, nada como voltar ao corriqueiro.

Quem desejaria aquela espécie de “reinado” petista, semelhante ao do “imperador” Hugo Chaves na Venezuela?

Eu particularmente me abstenho de votar no PSDB. Sofri na pele, na carne, as consequências dessa política equivocada desenvolvida aqui em Piracicaba.

Valem-se dos meios escusos para conseguir os intentos. As safadezas são muitas, tantas que, em determinados momentos, dá vergonha dizer-se piracicabano. Talvez cometam tantos erros por ignorância.

Entretanto, com o devido respeito, a ignorância da lei não exime a culpa.

Quem não se lembra dos escândalos licitatórios? Quem não se recorda das induções aos erros, dos engodos, promovidos pela ânsia louca de permanecer no poder?

Vale tudo pra defender o uísque das crianças: até meter nas meias, cuecas, bolsas e bolsos as pacas e mais pacas de dinheiro destinado aos cidadãos.

Da mesma forma que o sujeito acena uma cenoura vistosa diante do burro, fazendo-o puxar a carroça, não seria enganoso dizer que acenam, aos ingênuos, com concursos públicos e a satisfação das quimeras novelescas, mobilizando-os a os elevarem aos mais profícuos cargos provedores.

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sábado, 26 de junho de 2010

O tempo da remissão

Há um tempo para tudo, inclusive o perdão. Imagine você, meu amigo, o estresse vivenciado pelo ser atingido impiedosamente por alguém que, à distância dispara lá do alto.

A vítima não tem escolha. Não existe abrigo que a livre dos projéteis zunidores. À sua direita vê a parede com uma porta fechada; à frente e na retaguarda, caminhos desconhecidos; como sair pela esquerda se é de lá que vem a saraivada?

Dos ferimentos emerge brilhante o sangue, mesmo assim o tirano impiedoso continua a despachar chumbo. O sacrificado só tem para descanso os momentos necessários ao municiamento.

De nada servem os clamores de quem assiste ao espetáculo terrível. A porta velha fechada, do lugar abandonado, onde só as erva daninhas vicejam, impede a salvação.

Para que tanta judiaria?

Quando o motor dos mecanismos punidores é a “insignificância” do punido, vê-se o desequilíbrio no senso julgador.

Não gozaria de harmonia emocional aquele que se dispusesse a continuar exarando feridas na alma já lacerada.

Se para os pais, a dor do filicídio involuntário é a pena cruel e insana, por que agravá-la ainda mais com as chibatadas excedentes?

Aquele que um dia, lá da sacada do seu quarto, fez voejar o chumbo, sabe que as posições se invertem.

Quem perdoa será também perdoado.



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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os fiapos nos dentes

Sabe aquele fiapo de manga, laranja ou cana que fica entre os dentes depois que se consome aquelas coisas? É chato, não é?

Mas tem gente que ao invés de passar o fio dental, ou escovar os dentes, tenta tirá-los com a língua, promovendo um ruidozinho tenebroso.

Aqueles gestos, além de ineficazes na limpeza bucal, servem também para incomodar o sujeito que está ao seu redor.

Se o provocador, imbuído daquele “espírito de porco” incontestável, notar que consegue perturbá-lo, pode ter a certeza de que você presenciará a chateação por um longo tempo.

Talvez o vizinho ruidoso, naquele momento, numa espécie de transe, tenha voltado ao tempo em que era carroceiro, conduzindo sua carroça, puxada pela égua branca, na estrada de chão batido.

Quem é que poderia dizer não estar o “chupador de dentes” sentado na boléia do seu veículo, carregado com as pesadas sacas de açúcar de 60 kg, dirigindo-se à estação ferroviária mais próxima?

E quem garantiria não serem aqueles ruídos, feitos com os lábios, incentivos carinhosos à sua cavalgadura, a fim de que não esmoreça na faina?

No campo de futebol a provocação suplanta esse procedimento tênue. Lá no gramado verde valem os xingamentos à baixa voz, as puxadas na camisa, “paulistinhas”, cotoveladas nas costelas e gritos no ouvido.

Tudo o que desejam os provocadores, tanto aquele tomado pelo “espírito de porco”, quanto o jogador medíocre de futebol, é a reação do provocado.

Você se lembra de como reagiu Zinedine Zidane, ás provocações do jogador italiano, que ao passar por ele, maldizia-lhe a mãe e a irmã?

Reagiu com uma cabeçada violenta que lançou ao chão o maledicente. Em consequência Zidane foi expulso e a Itália papou o campeonato.

No caso do “espírito de porco” a intenção dele é mostrar, para as demais pessoas, que o provocado não merece qualquer tipo de consideração.

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Validando a irregularidade

Você viu o que aconteceu com a seleção da França? Existe ou não existe o castigo pros pecados?

Todos sabemos que aquele time francês só se classificou, para ir à copa do mundo, por causa de um gol feito com a mão, pelo atacante Henry Thierry.

O pior não é isso. O ruim mesmo ocorre quando a pessoa torce pelo adversário, sem nem ao menos ter a noção do que está fazendo.

Por exemplo: quando você responde a pergunta “A seleção argentina faria conosco o mesmo que alguém, ao se apropriar indevidamente da bola de um menino?”, com ações (imagens) que consideram a apropriação indébita um ato normal, corriqueiro, na verdade você diz que o selecionado argentino realmente faria a mesma coisa de forma despreocupada e irresponsável. Portanto você torce, sem querer, para o adversário.

Tudo se complica quando multidões abraçam sua resposta equivocada.

Quero neste momento deixar expresso, e bem claro, que sou torcedor da seleção brasileira. Desejo consignar também que não acho justa a apropriação indevida da bola de qualquer menino, bem como condenável a atitude dos argentinos, se conseguirem resultados positivos usando métodos semelhantes.





terça-feira, 22 de junho de 2010

Assassinos atacam novamente

Os leitores dos blogs http://laranjanews.blog.terra.com.br, http://httpoficina.blog.terra.com.br http://barbatana.blog.terra.com.br podem ter notado que depois de muitos anos no ar, com uma seleção de links de jornais, revistas, e dezena de outros componentes do seu formato original, os referidos veículos surgem agora sem esses acessórios.

Essa ocorrência independeu da vontade do responsável por eles.

A pergunta é: a quem interessaria essa “poda”? Os deputados federal (PSDB) e estadual (PPS), dessa bendita cidade, bem como seu prefeito (PSDB) estariam mais confortados sem os links dos blogs mencionados?

Não teriam, esses senhores, a capacidade para manter outros blogs que contestassem as afirmações publicadas que não lhes agradam?

Roubando a bola

Não quero ser chato, mas acho que a Argentina será a grande campeã desse mundial. É um palpite baseado na intuição e posso estar incorreto.

Entretanto os sinais que se observa levam à dedução de que o time do campeão Dom Diego Maradona tem muito mais probabilidade.

A seleção argentina faria conosco o mesmo que alguém ao se apropriar indevidamente da bola de um menino? Eu não duvido.

O selecionado portenho teria coragem suficiente para fazer igual ao usurpador que ocupa o lugar de alguém, aprovado num concurso público? Com certeza.

Teria estofo bastante o selecionado dos hermanos para agir semelhante ao elemento que, aproveitando-se da boa-fé e descuido das pessoas, se apropria dos seus bens? Sim senhor!

A seleção argentina seria capaz de ofertar a possibilidade de um vice-campeonato a outro time qualquer a quem tivesse judiado muito, durante bastante tempo? Nem duvide.

À semelhança das autoridades municipais, que se fazem de surdas aos clamores dos seus cidadãos prestantes, seria capaz o selecionado argentino de não ouvir os brados de que haveria seleção melhor? Sim senhor! Nem duvide.

Maradona é ou não é maior do que o Pelé?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Transformando a realidade atual

De tempos em tempos os cidadãos se unem em busca da concretização dos ideais comuns. Então, da mesma forma que um grupo, composto por muitas empresas, foca num objetivo, intencionando a realização de uma obra, a nação toda se mobiliza.

As preocupações se dissipam com o planejamento e a certeza do bom sucesso do empreendimento. As nações dos grandes países amoldam-se assim.

É claro que ocorrem os imprevistos. Nem tudo sai conforme o planejado. Por exemplo: uma empresa, constituinte dum conglomerado, pode não cumprir os prazos, submetendo todo o conjunto a demoras incomuns.

Porém não haveria nada insolúvel quando existem os bons propósitos. Com planejamento, a mercearia não deixa de concretizar as vendas de queijo, por falta de troco.

Os governos centrais têm muita importância nesse processo todo. Imagine uma paixão popular que não tivesse o respaldo dos dirigentes principais. Tudo se tornaria mais difícil.

Aliás, não só difícil como quase impossível. O grau de embaraços se assemelharia ao do filho que se lança num empreendimento sem as bênçãos dos pais.

Qual é o pai que daria ao filho uma pedra se ele lhe pedisse pão? Da mesma forma age o governo central em relação aos anseios do seu povo.

As grandes transformações feitas pelas obras grandiosas têm como intuito principal a melhoria do padrão de vida de todas as pessoas envolvidas.

Mais conforto, possibilidade do desenvolvimento do potencial existente nas crianças e sossego aos mais antigos, seriam também alguns resultados conseguidos com a conclusão dos grandes empreendimentos transformadores da realidade atual.

sábado, 19 de junho de 2010

A tormenta eterna

Um dia esses equívocos todos devem terminar. Sabe quando fazemos juízo de alguém, laborando com premissas falsas?

Os conceitos que formamos sobre bases inverídicas resultarão também em conclusões distantes da realidade. E ao propagarmos essas noções equivocadas, estaremos contribuindo para a perpetuação da injustiça.

A paz é fruto da justiça, pode ter a certeza. Enquanto não houver a reposição do que foi subtraído, saiba que haverá sempre algo a incomodar.

Os responsáveis pelos desequilíbrios numa sociedade sabem o dano que promovem. Mas ao invés de reparar o erro primário, procuram conduzir as coisas de forma equivocada da qual aconteçam novos e sucessivos males.

Por exemplo: um sujeito furta muito dinheiro da sua vítima, adquirindo, com o produto do seu crime, centenas de imóveis em diversos bairros de uma cidade.

Acontece que a simples menção do nome do desapossado evoca no criminoso as barbaridades cometidas. Então, ao invés de devolver o que não lhe pertence, resolve matar o espoliado.

Diante do argumento de que hoje em dia, no Judiciário, as coisas não são tão equilibradas, surgem os espectros e as somatizações.

Então quando vemos pessoas extremamente ricas, mas sem saúde nenhuma, impossibilitadas, portanto, de usufruir o produto dos seus deslizes, convencemo-nos de que mais vale o pouco na paz, do que o muito na tormenta eterna.




sexta-feira, 18 de junho de 2010

Louvando a Deus e seguindo em frente

Para atazanar a vida, a saúde ou o bem estar de uma pessoa que se destaca, a excrescência vale-se de todas as formas.

A utilização de tudo o que desassossega é a regra norteadora de quem não se sente muito bem com a luminosidade alheia.

Acredite que até o vodu serve de meio pra atingir a felicidade de uma pessoa linda, sarada, deliciosa e de bem com a vida.

É claro que se deve saber que as lesões causadas pela atividade física constante e intensa, se não passam com o uso dos medicamentos, tornaram-se, provavelmente crônicas.

Então seria bom que a prática do vôlei, do tênis, do ciclismo, da corrida ou de outro esporte, se limitasse de modo a não agravar o desconforto.

Mas que o olho grande quebranta a pessoa, nem duvide. Existem porém as formas tradicionais de lidar com esse tipo de problema.

Uma delas é a adoração do sagrado, do divino; em outras palavras, a louvação daquele que lhe possibilitou receber toda essa formosura e beleza: Deus.

Afinal, o que é que temos que não seja dado por Ele? Então louvando, bendizendo e agradecendo ao Criador do Universo pelas graças recebidas, seguiremos adiante enquanto ficam pra trás, estagnadas, as tolices da maledicência boba.




quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alimentando-se melhor no frio

O arroz tão polido, fino e branquelo não faz muito bem. Esse tipo de alimento não conteria os elementos necessários à boa nutrição. Ainda mais agora quando vivemos sob as baixas temperaturas, e o estresse da vida parece duradouro, o consumo de alimentos mais substanciais seria o aconselhável.

Essa roda neoliberal intensa está presente no tumulto que insiste em promover. As neuroses agravam-se e os conflitos familiares tendem a se intensificar. Portando o corpo melhor nutrido suportaria, com mais conforto, os dissabores do cotidiano.

Creio que pizzas duas vezes por semana, ou um bom churrasco a cada 15 dias, acompanhados por cervejas não fariam, de todo, tão mal. É notório que o álcool deve ser consumido com bastante moderação, como sempre.

Esse tipo de dieta que não admite o consumo de carne parece debilitante. São muito relativos os princípios que norteiam essa “filosofia”. Um deles é de que não se deve comer a carne dos animais porque o ato de matá-los ofenderia a vida.

Bom, mas se a gente for pensar assim, levando isso tudo tão a sério, então não devemos comer também os vegetais, pois eles também têm vida.

Todas as carnes existentes no mercado proviriam dos criadouros especiais feitos para isso mesmo. Assim, há reservatórios imensos onde se criam peixes; granjas enormes onde se produzem os frangos e, as grandes fazendas, onde se desenvolvem o gado de corte.

Todos os dias são produzidas toneladas de carne de peixe, de frango e de bovinos.

A ausência desse tipo de proteína no corpo precisaria de compensação e, às vezes, ela não é conseguida. Então nos vemos debilitados, enfraquecidos, com olheiras profundas e até apáticos.

Depois de meses abstendo-nos de comer carnes, convém retornar ao normal, ingerindo pequenas quantidades semanais desse alimento.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Expectativa intensa, frustração também

A seleção brasileira não jogou legal. A pesar do bom preparo físico, da genialidade dos elementos que a compõem, talvez até pela falta de habito de jogar sob aquela temperatura, essa campeã do mundo deixou muito a desejar.

Mas não é por isso que se deve sair por ai “metendo o pau”, criticando sem dó nem piedade. O potencial formador desse grupo é digno de admiração.

É bom que se diga desde já, que quando se forma uma expectativa bastante intensa, a frustração pode ser uma das reações mais observadas.

Há muita simetria na formação do conjunto e a troca de passes bastante assertiva. A posse de bola é também notável e esse traço remeteu ao selecionado alemão, que marcou quatro, no seu primeiro jogo.

O diferencial entre os alemães e a formosa é que aqueles têm o hábito de jogar sob baixas temperaturas. Isto é, eles trabalham mais desenvoltos, menos travados.

Entretanto não se deve lançar mão de planos mirabolantes ou apressados, do tipo dos que fecham oportunidades de lances no meio do campo.

As subtrações indesejadas das jogadas justas entre a defesa e o ataque não justificaria atitude apressadas e intempestivas.

Imagine o desequilíbrio que revelaria a extinção da possibilidade do fluxo de passes, entre o meio do campo e o ataque. Ou entre a retaguarda e o centro.

Dunga não faria isso. Se o fizesse não lhe restariam muitas alternativas. Ele é suficientemente competente para não desejar deslealdades ao adversário.

Mas no geral o aspecto é favorável. É gostoso ver a seleção atuando. Entretanto consideremos que o gol não seja só um detalhe; o gol é fundamental.

De nada aproveita, se com toda essa formosura, a campeã do mundo não “chegue aos finalmentes”.

Seria pedir muito, rogar-lhe que fizesse mais gols?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Durvalina cobra caro pelo aborto

Durvalina, a barra pesada do bairro, será procurada hoje por Fátima que está grávida e deseja fazer um aborto.

Na verdade as duas já se encontraram antes, mas Fátima ficou assustada com o preço do “serviço”; prometeu batalhar para conseguir o dinheiro e poder voltar.

A moça, que engravidou por descuido, enganou a mãe dizendo que ia ao médico. Pegou o dinheiro da consulta e volta agora para pagar a Durvalina.

No primeiro encontro ocorrido na sala da casa da dona Durvalina a conversa foi assim: "Ai, meu docinho, sem dinheiro não dá, coração... Cê sabe, eu tenho as minhas despesas, não posso fazer 'de grátis'... Caridade é só na Igreja, meu anjinho, mas acho que lá eles não vão resolver o seu problema...".

Por ai já se pode ver que essa tal de dona Durvalina não é muito fácil; não é flor que se cheire. Ela fará o aborto em Fátima?

Veja no flagrante abaixo o momento em que a dona Durvalina pede R$ 1.200 para fazer o aborto na Fátima.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A toxidez de Gabrielzinho

Gabrielzinho, o celerado, desejava tanto que Van de Oliveira Grogue se mudasse da Vila Dependência, que não se importava de passar noites e noites sem dormir praguejando contra ele.

Esse comportamento chamou a atenção da comunidade, tornando assunto bastante comentado entre as pessoas. Até nas rádios e jornais virou tema dos debates.

Numa entrevista ao Diário de Tupinambicas das Linhas, publicada no domingo, 16 de abril, o médico psiquiatra doutor Sily Kone, falara sobre esse tipo de patologia, asseverando que a inveja é um sentimento capaz de destruir o invejado.

“O sujeito que é dominado pela inveja não consegue fazer nem ter o que o invejado faz ou possui; portanto, além de desejar ter o que é dele, quer também ocupar o seu lugar, fazendo o que ele faz”. – ensinou o mestre.

“Na verdade o invejoso acha que não consegue nem fazer ou ser, semelhante a quem inveja. E por isso não medirá esforços para destruir aquela pessoa”. - dizia o conceituado doutor.

“Dentre esses esforços está o fazer muito barulho no horário das refeições, durante a noite, e nos momentos íntimos, quando a vítima usa o banheiro”. - prosseguia o expert.

Naquela manhã, de domingo, logo depois da entrevista ao vivo à rádio tupinambiquence, o especialista dissera em particular ao repórter:

- Veja situação do Jarbas, o nosso prefeito: durante o lançamento da candidatura dele à reeleição, ele ficou sozinho. Ninguém nem mesmo se apresentou para ser seu vice. Ele se estava só. Você percebeu o tamanho da reação ocorrida, provocada pelas ações invejosas dele? Tá vendo só no que deu toda aquela perseguição aos opositores? – perguntava o médico.

- Mas doutor, o partido dele é muito forte. Na verdade é um trem. Ninguém segura. – respondeu o jornalista com o gravador desligado.

- Pode até ser um trem, mas sem combustível. E como é que se faz num caso desses? O que a cidade precisa é de gente capaz de compreender que respeitar o próximo pode ser até muito mais importante do que dez ou vinte pontes.

Enquanto os homens falavam, defronte o prédio da rádio, uma viatura da polícia passou em alta velocidade com as sirenes ligadas.

Mais tarde soube-se que na casa de Gabrielzinho houvera outra ocorrência. Desta vez o cruel tentara esganar o enteado.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Obedecendo as Regras

Onde há pessoas e coisas, precisa haver regras. Se não existir normatização, logo se instala o caos, que deteriora tanto a gente quanto os objetos.

As leis trazem consigo o bônus e também o ônus. Ou seja, seguindo-se-as goza-se dos seus benefícios, o mesmo não ocorrendo com quem as desobedece.

Imagine estar num avião indo a um lugar que lhe dá muita esperança, alegria e felicidade. É necessário seguir as normas do veículo a fim de que se chegue bem ao destino.

Então quando o piloto solicita que todos apertem o cinto, abstenham-se do cigarro e não usem o celular, isso deve ser obedecido. Há motivos pra tal orientação.

Se esses procedimentos não forem observados, as consequências podem ser danosas ou até fatais.

Você já imaginou como deve ser complicado, a um piloto, obedecer todas as regras existentes para comandar um avião?

Por exemplo: o fabricante do aparelho determina que a uma certa altura o aparelho precisa ser conduzido com esse ou aquele equipamento ligado.

O piloto e o co-piloto, não seguem as normas, as recomendações e, por uma fatalidade, essa inobservância provoca um acidente no qual morrem duas centenas de pessoas.

Seria injusto atribuir a culpa a alguém que não tenha nada a ver com o problema. Da mesma forma desculpar-se, atribuindo ao equipamento o erro, não deixaria de ser uma demonstração de irresponsabilidade.

É necessário observar as regras, mesmo que nelas constem a punição para aquele que, por ação ou omissão, cause dano a outrem, devendo repará-lo.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quem pode crer nesses caras?

No Brasil Hillary Clinton é PSDB roxa. E pode ser até por esse motivo que ela tenha liderado parte das nações a condenarem o acordo promovido pelo governo brasileiro, turco e o do Irã, sobre a questão de armamentos nucleares.

O neoliberalismo econômico é teoria mundial. Está presente no programa de centenas de partidos de todo o mundo.

Da mesma forma que Lula, Evo Morales, Hugo Chaves, Raul Castro e a economia da China inteira pretendem estender seu modo de vida ao restante do planeta, o neoliberalismo quer predominar.

É a continuação da velha discussão sobre a melhor forma de produção: se capitalista ou comunista. No passado ambos os blocos não mediram esforços para dominar. Valia prender, torturar, dar sumiço e matar.

É claro que sobrou também pra muita gente que não tinha nada a ver, ou não queria nem saber, dessa briga de vira-latas grandes.

De ambos os lados quanta gente não foi parar nos manicômios, nas prisões, foi aleijada, e perdeu tudo o que tinha por pensar diferente da maioria?

Em Piracicaba havia naquele tempo chamado “anos de chumbo” um hospital psiquiátrico, fundado por industriais, destinado não só aos bêbados e viciados em drogas.

Qualquer suspeita sobre atividade anti-social promovida por pessoas carecedoras de confiança fazia cogitar na possibilidade de uma temporada na tal clínica de repouso.

Depois de lá, meu amigo, você estava, do mesmo jeito que os prisioneiros dos campos de concentração nazistas, marcado para o resto da vida.

Se fosse aprovado em concurso público não tomaria posse. Se frequentasse clubes sociais ficaria sozinho, isolado. Se participasse de atividades voluntárias não seria ouvido e combatido até a exaustão e se tivesse direito à herança, não a receberia.

Se viesse a residir num bairro da periferia, seria apequenado e humilhado diuturnamente durante décadas. E se os seus filhos frequentassem escola pública seriam induzidos ao abandono de forma muito sutil, bem suave.

E depois de tudo isso, quando você se visse envelhecido, os tais homens do poder, precisando da unanimidade pra ficarem agarrados às tetas públicas, que lhes garante a saúde, o bem estar e a posse dos bens necessários à sobrevivência, proporiam-lhe concursos insólitos, e muitos sonhos loucos.

Depois de suportar tanta sacanagem quem ainda pode crer nesses caras?





Dizem que Hilary Clinton ama esse vídeo. Será que é verdade?

terça-feira, 8 de junho de 2010

As sinecuras vergonhosas

Essa história de dossiê que surgiu agora na mídia, envolvendo pessoas determinadas a espionar políticos candidatos, nós aqui em Piracicaba, já conhecemos.

Aconteceu durante uma eleição para prefeito; os ingredientes dessa receita deram muito pano pra manga, do mesmo jeito que ocorre agora.

Se não me engano, o grupo que atualmente ocupa o poder municipal e representa o coronelismo autoritário, providenciou a impressão de um jornal, com acusações sobre gente do partido dos trabalhadores e, pela imprensa fez um auê dos infernos.

A grande jogada nisso tudo é a culpa que se joga no alheio. Entende-se que seja essa confusão, formada por gente do partido, desejosa de ajudar, mas que não se dá bem, quando o objetivo da estratégia falha.

Então, para não ficar mal na fita, lançam a culpa no adversário político. Se não me engano isso deu certo aqui em Piracicaba.

Basicamente os ingredientes e a receita dessa mixórdia são simples: um documento com acusações; a descoberta desse documento; a imputação do suposto crime ao adversário político e, logo em seguida, a publicidade do “fato criminoso”.

Ou seja: os documentos são falsos e os crimes neles relatados também são falsos. Mas a tentativa de difamar é verdadeira e é atribuída, com toda a veemência, ao adverso.

A intenção é a de formar, no público, uma opinião negativa sobre o contrário. Seria o mesmo que atear fogo no Reichstag e depois botar a culpa nos comunistas. Você entende?

Isso tudo por causa das eleições. Essa bagunça faz parte do jeito que alguns políticos têm pra chegar ou se manter lá nas sinecuras vergonhosas. Enquanto isso a miséria corrói a sociedade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Argentinos nervosos fazem promessas

Parece que a aproximação do início da copa do mundo tem deixado os Argentinos bastante estressados. Esse fato geraria promessas bizarras como a do diretor-técnico da seleção argentina, Carlos Bilardo, 64, que prometeu fazer sexo com o jogador que marcar o gol do título mundial.

No mesmo sentido Diego Maradona (o homem que fez gol de mão), atual técnico da Argentina, garantiu que desfilaria pelado em Buenos Aires, se ganhar o título.



As declarações têm gerado repercussão na internet: "Como se não bastasse ter o Maradona pelado caso a Argentina ganhe o mundial, agora vem o Bilardo com essa história", escreveu o twiteiro mm_marcella. Já biii_rocha mandou: "Nooossa, superou o Maradona. Só resta saber se alguém vai querer fazer o gol, hein Bilardo!?". Lukas_Inacio, para ironizar Bilardo, lembrou uma música do grupo "As frenéticas", que fez sucesso no início dos anos 80: "Abra suas asas, solte suas feras". A usuária do Twitter myriamkazue acha que Bilardo faria o maior sucesso na Parada Gay: "Depois da declaração de Carlos Bilardo, diretor técnico da Argentina, acho que deveria ter um carro só pra ele na Parada Gay, né não?"



Veja o vídeo:

sábado, 5 de junho de 2010

Convite da insensatez

A senhora insensatez é irrequieta, é uma ingênua que não conhece nada. Ela fica sentada na porta da casa, num banco de onde domina a cidade. Daí, ela chama os que passam e que vão seguindo pelo caminho reto: “Os ingênuos venham aqui. Quero falar aos que não têm juízo. A água roubada é mais doce, e o pão comido às escondidas é mais gostoso”. Eles não sabem que na casa dela estão os mortos, e que os seus convidados vão para o reino dos mortos.

Pr 9, 13-18.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Chupa-cabras tupinambiquence

Donizete Pimenta, o besouro rola-bosta tupinambiquence foi durante algum tempo considerado o chupa-cabras da região. Já lhes contei algumas passagens dessa figura, mas não custa nada mostrar-lhes o que de inusitado tem ainda a tal personagem.

O sujeito era aparentado de Gabrielzinho, o babá sonso, que por ser muito vagabundo, dizia preferir cuidar das crianças, ao invés de trabalhar na prefeitura, feito gente grande.

As suspeitas de que Pimenta também seria um pedófilo, desejoso de se aproveitar das filhas da atual amásia, foram substituídas pela certeza de que o “chupa-cabras” queria mesmo esperar que elas crescessem para então, livre de qualquer possibilidade de acusação, que pudesse enquadrá-lo entre os abusadores de crianças, compensar o tempo que perdera esperando-as crescer.

Na verdade Donizete Pimenta e Gabrielzinho tinham algo que os unia: a tara por crianças. Ambos desempregados chegaram a pensar em fazer, num barracão, que fora propriedade do Charles Bronchon, uma creche onde poderiam dar vazão às doenças que os acometia.

Os crimes praticados por Donizete Pimenta e Gabrielzinho eram do conhecimento das autoridades do município, mas por alguma falha burocrática, os castigos ainda não tinham se concretizado.

Por terem sido gerados por pais irmãos entre si, vieram à luz, tanto Gabrielzinho como Donizete Pimenta, com deformações genéticas perceptíveis nesse tipo de comportamento aberrante.

A própria amásia de Donizete Pimenta também era fruto de cruzamentos consanguíneos, razão pela qual a descendência toda era condenada à demência.

Os altos índices de imbecilidade e idiotia, existentes em Tupinambicas das Linhas, tinham como causa principal o cruzamento entre parentes.

Então era comum ver muita gente babenta puxando carroças pelas ruas sujas da cidade abandonada.

Diziam as más línguas que até mesmo o prefeito da cidade conhecido como Jarbas, o caquético testudo, tinha ascendência consanguínea. Isto é, que seus pais eram parentes entre si. Isso justificaria a calamidade que se transformou a sua administração.







quinta-feira, 3 de junho de 2010

Força e perigo da língua

Meus irmãos, não se façam todos de mestres. Vocês bem sabem que seremos julgados com maior severidade, pois todos nós estamos sujeitos a muitos erros.

Aquele que não comete falta ao falar, é homem perfeito, capaz de pôr freio ao corpo todo. Quando colocamos freio na boca dos cavalos para que nos obedeçam, nós dirigimos todo o corpo deles. Vejam também os navios: são tão grandes e empurrados por fortes ventos! Entretanto, por um pequenino leme são conduzidos para onde o piloto quer levá-los. A mesma coisa acontece com a língua: é um pequeno membro e, no entanto se gaba de grandes coisas.

Observem uma fagulha, como acaba incendiando uma floresta imensa! A língua é um fogo, o mundo da maldade. A língua, colocada entre os nossos membros, contamina o corpo inteiro, incendeia o curso da vida, tirando a sua chama da geena. Qualquer espécie de animais ou de aves, de répteis ou seres marinhos são e foram domados pela raça humana; mas nenhum homem consegue domar a língua. Ela não tem freio e está cheia de veneno mortal. Com ela bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca sai a bênção e a maldição. Meus irmãos isso não pode acontecer! Por acaso, a fonte pode fazer jorrar da mesma mina água doce e água salobra? Meus irmãos, por acaso uma figueira pode dar azeitonas, e uma videira pode dar figos? Assim também uma fonte salgada não pode produzir água doce.

Tg 3, 1-12.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Rodeando o toco

Gabrielzinho “boca de porco” (ô sujeito nojento!), aproximou-se da empregada doméstica bem devagarzinho e valendo-se da concentração dela, que lavava a louça do almoço, detonou:

- Barriguda do pé rachado!

A pobrezinha que pensava nas palavras ouvidas no sermão da missa matinal daquele dia, quase teve um chilique.

- Miserável! Vagabundo, ao invés de arrumar um serviço pra ajudar nas despesas, fica aprontando safadeza. Que papelão é esse? – reagiu Maria Helena que, com o susto, deixara cair a panela de pressão dentro da pia, provocando um ruído intenso.

- Se eu for trabalhar fora quem é que vai cuidar dessas crianças? – perguntou o “boca de porco” enquanto ocupava o lugar da mulher, para ter o acesso livre à torneira.

- Essas meninas passam muito bem sem a sua presença. Aliás, tudo vai melhor quando você dorme. Já percebeu? - garantiu Maria Helena com sofreguidão. Ela quase perdeu a dentadura durante a fala enérgica.

- E eu, vou trabalhar de quê? Onde? – Gabrielzinho acabara de lavar um copo e enchia-o com água do pote.

- No salão de beleza do Delsinho, ora. Ele me disse que lá precisam de alguém pra lavar os cabelos das clientes.

- Cabeleireiro? Eu? Eu sou é macho, minha filha. Não vem não! – Gabrielzinho ficara nervoso e depois de beber um gole d´água, percebia-se que seu rosto intumescera.

- Gabrielzinho, pelo amor de Deus! Você não percebe que tenho ainda que lavar a frente da casa, varrer toda aquela calçada e outras 201 coisas pra fazer? Para de me zoar. Por que você não leva a cachorra pra passear? Faça alguma coisa útil. Ô criatura danosa!

- A última vez que levei essa cadela peluda pra passear ela fez cocô, defronte o portão da vizinha da esquina, e o velhote veio me chamar a atenção. Não saio mais com a pulguenta.

- Que futuro você terá criatura? Fica enrustido nesse quintal feito um “cabeça fraca”, um débil mental. Você não se toca, malandro? Olha, já está demais essa loucura, essa irresponsabilidade. Como é que vai terminar isso?

- Eu não sei como vai terminar. Mas sei muito bem que trabalhar eu não vou. Se for, pode ter a mais absoluta certeza: eu não me chamo Gabrielzinho, o legítimo “boca de porco”.

Dizendo essas palavras o babá rebelde saiu em direção à calçada; então, com toda a calma do mundo, sentou-se no toco, de onde passou a admirar o movimento.