sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Desviando esmolas

Essa teologia da prosperidade faz cada uma! Inclusive admite que todos os donativos ofertados pelos fiéis da Igreja Universal, de propriedade do Sr. Edir Macedo, sejam utilizados na aquisição de bens materiais para ele, seus familiares e demais diretores.

Todas as religiões no Brasil recebem isenção de impostos, mas, os donativos que lhes são endereçados deveriam ser revertidos em benefício dos crentes, dos que buscam os ensinamentos bíblicos.

Configura exploração da boa fé o desvio das esmolas para a compra de empresas particulares, aviões, jornais, rádio e TVs. Esse procedimento viola princípios legais, éticos e morais passíveis de punição.

Contra tais atos o Ministério Público já requereu a apuração dos fatos e a aplicação da lei, mas o processo está em segunda instância há dez anos. A propositura de nova ação baseada nos mesmos fatos foi proposta pela instituição ministerial requerendo a aplicação das normas que regem a matéria.

O Juízo de Direito da 9ª Vara Criminal de São Paulo recebeu a denúncia, mandando citar os réus Edir Macedo e mais nove envolvidos nas irregularidades.

A Igreja Universal, por sua vez, diz que o crescimento da TV Record incomodaria as demais concorrentes, principalmente a Rede Globo.

Na verdade se houvesse o cumprimento das determinações que regulam o assunto, por parte do senhor Edir Macedo e outros, não haveria ilícito passível de punição.

Então não são difíceis de ver as consequências das irregularidades. Uma delas, depois do enriquecimento ilícito dos envolvidos, é a aquisição de empresas que teriam peso político decisivo. Nada contra a aquisição de empreendimentos que possam influir na escolha política, desde que seja feita de forma lícita.

Não estaria passível de ter sua compra anulada a organização que fosse adquirida com o dinheiro roubado dos bancos? A origem do capital deve ser clara e lícita.

Estaria cometendo irregularidade a autoridade que, ciente dos fatos, não providenciasse o início das investigações e no final, a aplicação das penas previstas nas leis.

São infundadas as alegações de que o crescimento da TV Record incomodaria. É a forma ilegal que a faz crescer que incomoda. Quem poderia progredir da mesma forma se não usasse os meios escusos que ela usa?

Esse procedimento dos bispos e pastores da Igreja Universal, desviando as esmolas em benefício próprio, assemelha-se ao daqueles políticos, que nos esquemas de licitação, carreiam as verbas públicas para as suas contas particulares.

Sem dúvida nenhuma a mistura de religião, empresas de comunicação social e política, não produziriam resultados positivos para a nação. O exemplo disso pode ser observado nos locais onde as igrejas evangélicas associadas aos jornais e rádios conduzem a um tipo de poder político, extremamente desvantajoso para a população mais pobre.

É chegado o momento de cessar as cavilações, as chicanas e os sofismas que impedem a aplicação do direito e a distribuição da justiça.



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