Quem ainda não assistiu ao CQC da Band, pode ficar sossegado. Você até agora não perdeu nada de imprescindível e nem deixou de ganhar o indispensável.
O pessoal do CQC tenta superar a falta de jeito, de tato nas abordagens, com os constrangimentos que provoca, nos seus entrevistados, exibidos para o Brasil todo.
Cremos que essa turma, liderada por Marcelo Tass, motivada pelo que acreditam terem feito de errado, algumas personalidades políticas, ao fazer o que faz, intenciona puni-las com o vexame.
A truculência como resposta, do tempo da ditadura, não é utilizada em virtude das possibilidades da ampla divulgação oferecidas pela internet e pela emissora que hospeda o programa.
Porém isso não significa que a falta de bons modos desse pessoal, que a semelhança daqueles que agridem aos professores, e outros alunos vulneráveis, nas escolas e bairros periféricos das cidades, possa ficar sem qualquer tipo de reação.
Até que ponto a suspeita de irregularidades, cometidas por políticos, justificaria a deseducação e a grosseria nas entrevistas?
Falta de educação tem cura?
O público quer mesmo ver as autoridades políticas e demais personalidades constrangidas pela deselegância, pela ausência de etiqueta?
A satisfação que levaria alguém a ver esse tipo de exibição, até então inédita na TV brasileira, motivaria os idealizadores do programa. Faz parte da concepção do projeto o prejulgamento de que o entrevistado tem atitudes moralmente condenáveis.
O CQC achou na falta de educação, na grosseria, a forma de participar do mercado. Ninguém nunca tinha visto isso antes, na história da nossa TV.
No caso de o CQC fazer escola, teríamos uma legião de entrevistadores truculentos, vindo por ai?
A diferença existente entre os praticantes do bullying nas escolas e bairros periféricos das cidades, da linha seguida pelo CQC, está no fato de que os primeiros hostilizam às ocultas e à distância, enquanto que o segundo o faz face a face.
A semelhança entre ambos está na hostilização.
Esse jeito de agir autoritário, prepotente é característica dos grandes latifundiários e senhores de engenho escravocratas do século XVIII, que ainda compõe a ideologia norteadora das seitas e partidos políticos no poder, nos dias atuais.
Esse jeitão estúpido de ser é traço daqueles que defendem as privatizações, incentivam os juros bancários impagáveis, conduzindo milhares de incautos aos meandros escuros e incertos das pedreiras, do empreendorismo.
Bons modos e respeito não fazem mal a ninguém.
Fernando Zocca.
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