segunda-feira, 21 de março de 2011

O desenvolvimento econômico e a liberdade






                                             O presidente norte-americano Barack Obama, nesta recente visita ao Brasil, fez entender também, dentre outras coisas, que a liberdade não impede o desenvolvimento econômico.

                            Nos arquétipos de um sistema secular em que o progresso de alguns significava o sofrimento de milhares, esse lembrete presidencial veio reforçar a noção de que a liberdade não só facilita a expansão da economia, como também a promove.

                            A repressão das iniciativas, por outro lado, como ocorre nos países árabes, estimula a estagnação local e também a dependência das ações vindas do exterior. Em qualquer lugar do mundo a miséria é terrível, mas a miséria sem liberdade é bem pior.

                            A liberdade é o caminho por onde se aprende a se virar sozinho, e pelo qual também se desatam as amarras do paternalismo governamental.

                                Perceba que uma das funções dos poderes políticos capitalistas é a de estimular as iniciativas econômicas individuais e não reprimí-las, por temor de que corrompam as instituições tradicionais.

                            Pode até demorar um pouco, mas a mentalidade “o que o estado pode fazer por mim”, arraigada no inconsciente coletivo nacional, será substituída, sem dúvida, pela “o que eu posso fazer pelo estado” que é a ideal.

                            Então note que o estado deve ser parceiro nas iniciativas solidárias, filantrópicas e combater, sem dó nem piedade, os que sujeitam, oprimem, humilham e cerceiam os indefesos, em nome das vantagens e privilégios próprios.

                            Essa vintena de anos em que a sociedade brasileira viveu sob a censura, deixou resquícios que ainda são identificados no comportamento de alguns senhores políticos mais antigos.

                            Uma característica dessa forma de governar era a fala única, o ditado, o falado de cima pra baixo. Não há a possibilidade de contestação, de réplica ou tréplica.

                            Nesse contexto cadafiano qualquer sinal de oposição pode significar o ostracismo, a morte. Isso ocorre devido à incapacidade argumentativa dos ocupantes do poder. Da tentativa de nivelar “por baixo” o conhecimento distribuído numa sociedade, surgiriam as omissões que deteriorariam o ensino público.

                            A história do Brasil e a dos Estados Unidos assemelham-se em certos pontos e diferem em outros tantos. Ao amenizar as barreiras fiscais aos produtos brasileiros exportados para lá, o governo americano feriria os interesses dos produtores locais. Da mesma forma, quando as normas fiscais facilitam a entrada dos produtos importados, há a deterioração da indústria nacional.

                            Portanto, com muito bom senso, equilíbrio e diálogo franco, cada país deve cuidar do seu interesse próprio, em benefício da sua sociedade e instituições.

                            Na atual conjuntura os Estados Unidos desejam vender aviões de caça ao Brasil e este, por sua vez, quer o apoio norte-americano para obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

                            Seriam interesses inconciliáveis?

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