Você já imaginou residir numa casa há algum tempo e perceber que começou a funcionar, bem ao lado, um empreendimento bastante nocivo à saúde?
Muito indignado você procura os responsáveis pelos tormentos e sabe o que eles lhe dizem? “Os incomodados que se retirem!”
Então, pacientemente você procura um vereador e lhe explica o problema: “Olha, seu doutor, os caras pra fazer o que vêm fazendo, precisam utilizar equipamentos especiais do tipo estufa, a fim de que os resíduos tóxicos não vazem, fazendo mal aos vizinhos”.
O nobilíssimo edil ao responder-lhe, via e-mail, afirma, entretanto que aquelas pessoas estão trabalhando e que não pode impedir ninguém de ganhar dinheiro.
E aí como é que fica?
O fato de serem os tais empreendedores pessoas pobres, ou mesmo muito deficientes, não os impediria de seguir as determinações das leis, das normas técnicas e do bom senso.
Ou seja, as misérias materiais e espirituais que compõem o ser dessas pessoas, não podem justificar as ações incivilizadas.
Trocando em miúdos: a incapacidade financeira impeditiva da aquisição dos equipamentos necessários, para o desempenho de uma determinada atividade, não pode ser motivo justo que permita à tal ocupação, prejudicar a terceiros.
Os camaradas poderão ganhar o dinheiro, não resta a menor dúvida, mas desde que não violem o direito alheio.
As pessoas têm direitos assegurados à saúde, ao bem estar, a viver em paz. Quando uma atividade econômica invade esses direitos ela deve ser limitada.
“O meu direito termina onde começa o do outro”. Não posso impedir ninguém de respirar. Mesmo que eu precise ganhar dinheiro pintando automóveis.
É nessas horas que o cidadão eleitor conhece a eficiência duma administração municipal.
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